PCP acusa executivo de mobilizar recursos públicos para a guerra

A líder parlamentar do PCP acusou hoje o Governo de estar a canalizar recursos públicos para a indústria da guerra, numa alusão à promessa do primeiro-ministro de tentar atingir este ano um investimento de 2% do PIB em Defesa.

paula santos, líder parlamentar pcp, pcp

© Carlos Pimentel/ Global Imagens

Lusa
06/06/2025 12:13 ‧ ontem por Lusa

Política

Governo

"Claramente demonstra uma opção. Em vez de resolver os problemas do país -- os salários, as pensões, a saúde, habitação, educação --, a opção do Governo é canalizar recursos públicos, do Estado, que deviam ser mobilizados para dar respostas aos trabalhadores e ao povo, para a guerra", afirmou Paula Santos em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.

 

A líder parlamentar do PCP referia-se ao facto de, na quinta-feira, num discurso na cerimónia de tomada de posse do XXV Governo Constitucional, em Lisboa, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ter anunciado que Portugal vai antecipar o objetivo de atingir o investimento de 2% do PIB em Defesa, "se possível já este ano", sem pôr em causa as contas certas ou funções sociais.

Paula Santos recordou que o PCP tem sido "muito crítico" relativamente a esta opção do Governo e defendeu que o aumento do investimento em Defesa não está a ser feito para cumprir a Constituição da República, que estabelece que "é obrigação do Estado assegurar a defesa nacional", mas antes para "satisfazer os interesses de outros".

"Estou a falar, naturalmente, da NATO, da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos da América e, portanto, isso revela bem a opção do Governo para a corrida armamentista, para a guerra, quando aquilo que é necessário era, de facto, que o Governo, se concentrasse e se esforçasse no plano diplomático para as soluções específicas para os conflitos que existem neste momento", sustentou.

Sobre o resto do discurso de Luís Montenegro na tomada de posse do XXV Governo Constitucional, Paula Santos disse ter ouvido "sem surpresa" e considerou que o primeiro-ministro mostrou "uma clara opção de prosseguir as opções" do anterior executivo.

"Ou seja, uma opção política assente em baixos salários, baixas pensões, uma opção política assente no modelo económico de exploração dos trabalhadores, de concentração da riqueza nos grupos económicos e não ao serviço do interesse do nosso país", disse.

Paula Santos manifestou ainda "grande preocupação" no que diz respeito aos serviços públicos, frisando que o primeiro-ministro não se referiu no seu discurso às questões da saúde, habitação, ou "direitos sociais do Estado".

"Nós conhecemos bem o pensamento quer do PSD ou do CDS relativamente a esta matéria, que é claramente no sentido de um Estado mínimo, de privatização, de tornar direitos um negócio para os grupos económicos", criticou.

Leia Também: PCP diz que foi criado ministério para dar "golpada a serviços públicos"

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