A antiga eurodeputada Ana Gomes considerou "estranho" que o almirante Henrique Gouveia e Melo tenha aparecido, na apresentação da candidatura, na semana passada, "já cheio de guarda-costas, como Ventura".
"Aliás, pergunto-me: quem paga os guarda-costas? Porque sei bem como são os controlos da entidade de financiamento das eleições e imagino que seja uma questão de interesse nacional. Prestou-se também àquele esquema que o assessor de Sócrates o fazia utilizar, do teleponto. Do Presidente da República espera-se que tenha capacidade de comunicação. Espera-se que haja oportunidades para que, sem o teleponto, sem estar a ler discursos, o candidato Gouveia e Melo fale aos portugueses e explique as posições, que precisam de ser explicadas", defendeu Ana Gomes, no espaço de comentário na SIC Notícias.
A socialista viu também como "suspeita" a atuação de Gouveia e Melo em "relação aos partidos".
"Disse que queria ser um Presidente da República diferente, em contraposição ao atual Presidente, mas deixou muitas suspeitas sobre a atuação em relação aos partidos. Não é uma pessoa que tenha experiência política, embora isso se adquira, mas a ideia de se apresentar acima dos partidos não é boa", acrescentou a antiga eurodeputada.
No sábado, o candidato à Presidência da República atacou, no Porto, a "reação corporativa e profundamente antidemocrática" à sua candidatura de quem acha que a política é "um clube fechado".
Para o almirante, tratou-se de "uma reação de uma determinada franja de sociedade instalada".
Henrique Gouveia e Melo anunciou oficialmente a sua candidatura à Presidência da República na quinta-feira, em Lisboa.
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