"Com toda a humildade, aceitamos a decisão do eleitorado", afirmou o líder socialista após a divulgação dos resultados das eleições antecipadas nas quais a AD- coligação PSD/CDS manteve os três eleitos e o PS perdeu um deputado, ficando reduzido a um representante.
O Chega, que foi a segunda força mais votada na Madeira, ficou com o mesmo parlamentar e o Juntos Pelo Povo (JPP) elegeu pela primeira vez um deputado.
"Eu, enquanto presidente do partido, tenho demonstrado coragem e não são os resultados que me fazem demover dos meus princípios e valores", assegurou quando várias vezes questionado se considerava ter condições para continuar na liderança.
Segundo o líder socialista, esta é "uma derrota para a democracia", reafirmando que "o mais fácil" teria sido demitir-se após as eleições regionais, mas, na sua consciência, e como militante do partido, atestou que "num momento muito difícil iria assegurar a liderança do partido até as eleições regionais".
"O PS está mobilizado para defender os seus princípios e apresentar os melhores candidatos, e melhores projetos" às eleições autárquicas, declarou, complementando que o partido "não desiste" e outras forças partidárias também tiveram maus resultados nestas eleições.
Para Paulo Cafôfo, estes resultados eleitorais são o reflexo da "onda de populismo não é só na Região Autónoma da Madeira", e chegou ao território nacional e a outros países europeus, como a França e a Alemanha, adiantando ver "com muita preocupação esta viragem ao populismo que está a pôr em causa os alicerces da democracia".
"Aquilo que estamos a assistir é não só pôr em causa as instituições, a desconfiança nas instituições, um oportunismo, uma mentira fácil, um 'nós contra eles' que não é benéfico para o nosso país, para a nossa região", disse.
Para o líder socialista, a nível regional, mas também em termos internacionais, "o PS irá assumir-se como o guardião dos valores democráticos de forma intransigente, firme, com respeito pelo adversário, mas, acima de tudo, com respeito pelo povo e uma história de luta pela liberdade, pelos direitos das pessoas".
Paulo Cafôfo vincou que é a sua responsabilidade que o faz permanecer "olhos nos olhos e de cabeça levantada", assegurando: "tenho a consciência que estou a fazer o melhor que posso e sei, o pior que podia acontecer era agora o PS deitar a toalha ao chão".
"Só é vencido quem desiste de lutar e eu não desisto de lutar", concluiu
O circulo eleitoral da Madeira elege seis deputados, tendo hoje a AD - Coligação PSD/CDS vencido as eleições legislativas na Madeira com 41,35% dos votos e três deputados eleitos e o Juntos Pelo Povo conseguiu o seu primeiro deputado.
Segundo os resultados provisórios oficiais da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, quando estão apuradas as 54 freguesias, o Chega foi a segunda força política naquele círculo eleitoral com 20,90% dos votos e um deputado eleito, o PS ficou em terceiro com 13,46% dos votos e também um deputado, e o partido Juntos Pelo Povo (JPP), com 12,32% dos votos, elegeu pela primeira vez um deputado à Assembleia da República.
[Notícia atualizada às 23h19]
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