José Pedro Aguiar Branco falava aos jornalistas quase no final de uma ação de rua pelo centro histórico de Viana do Castelo, declarações em que procurou bipolarizar a questão das eleições do próxima dia 18.
O presidente da Assembleia da República começou por manifestar o desejo de que na última semana de campanha se discuta sobretudo propostas e ideias para o país - "e menos mal dos outros".
"Mas uma coisa é indiscutível, está em causa a escolha de um primeiro-ministro, está em causa escolher entre [o presidente do PSD] Luís Montenegro e [o secretário-geral do PS] Pedro Nuno Santos", sustentou.
José Pedro Aguiar-Branco saiu depois em defesa da ação política do primeiro-ministro, advogando que deverá poder "continuar a executar aquilo que em 11 meses fez e que foi muito mais do que aquilo que outros [do PS] em oito anos fizeram".
"As pessoas sabem bem aquilo que precisam para o país, querem estabilidade, não querem nem experimentalismo, nem aventureirismo. O mundo não está estável e essa estabilidade só é garantida entre dois primeiros-ministros: ou Pedro Nuno de Santos ou Luís Montenegro. Confiamos que o povo vai escolher Luís Montenegro", concluiu o antigo ministro social-democrata.
Interrogado se a questão de integridade ética está em causa na escolha que os portugueses vão fazer nas eleições, o cabeça de lista da AD por Viana do Castelo concordou e defendeu Luís Montenegro.
"Espero que esteja isso em causa também, porque não tenho a mínima dúvida que, quando forem escolher, não há a mínima dúvida que a integridade também está com o candidato e com o primeiro-ministro Luís Montenegro", respondeu.
Já quando foi questionado se espera continuar nas funções de presidente da Assembleia da República, o antigo ministro social-democrata considerou que ainda é cedo para se falar dessa questão: "Cada coisa a seu tempo".
Depois, José Pedro Aguiar-Branco foi confrontado com o facto de algumas sondagens não indiciarem um resultado que garanta estabilidade na próxima legislatura, mas o presidente do parlamento relativizou os estudos de opinião.
"A questão das sondagens é conforme o dia, conforme o momento e conforme aquilo que é a entidade ou a instituição que a faz. Confiamos na última sondagem, que é a sondagem dos portugueses, no dia 18", contrapôs.
Neste contexto, o antigo ministro social-democrata reforçou a sua tese de que se está a viver "um momento muito importante para Portugal".
"É preciso ter estabilidade. Acreditamos que o povo português quando for votar sabe que está a escolher um primeiro-ministro que garante essa estabilidade por mais quatro anos. Confiemos que a escolha vai ser Luís Montenegro", declarou.
Perante os jornalistas, o presidente da Assembleia da República considerou também que este já não é o momento para se discutir quem foi o responsável por abrir uma crise política que conduziu à realização de eleições legislativas antecipadas.
"Acho que já não importa quem foi ou não o responsável. Vai haver um ato eleitoral no dia 18. Confiamos que as pessoas sabem bem aquilo que precisam para o país", insistiu.
Numa segunda declaração aos jornalistas, o cabeça de lista da AD por Viana do Castelo defendeu a "maturidade" dos portugueses, realçando a ideia de que "não são tontos e não se deixam enganar".
"Que não se tente confundir os portugueses, como aconteceu com o IRS, a greve [da CP] ou a suposta privatização da Segurança Social. Estas são matérias em que se pretende confundir o povo português, e Luís Montenegro tem falado sempre a verdade. Portugal precisa de alguém com bom senso e moderação num mundo que está perigoso", acrescentou.
[Notícia atualizada às 13h31]
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