Questionado sobre as declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na quinta-feira sobre as condições de governabilidade após as eleições de 18 de maio, Paulo Raimundo vincou que "não vale a pena a estabilidade governativa" e que essa estabilidade não existiu nos últimos anos.
"Se há coisa que nós sabemos destes últimos anos, é que não há estabilidade governativa assente em nada. Ou é assente na política da vida das pessoas ou então é oca e depois cai - cai por isto ou cai por aquilo -", disse.
Paulo Raimundo falava aos jornalistas em Évora, no final de uma arruada, sobre as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa sobre governabilidade, que disse na quinta-feira querer nomear um Governo cujo programa passe no parlamento.
Paulo Raimundo afirmou que "a estabilidade é fundamental", mas aquela que está assente na estabilidade dos salários, das pensões, do acesso à habitação e à saúde.
"Sem esta estabilidade não há outra estabilidade que aguente. Nós podemos inventar as estabilidades todas que quisermos, podem-se formar os Governos todos que se quiserem, se os Governos formados não levarem por diante a política que dê estabilidade à vida das pessoas, não há estabilidade governativa que aguente", vincou.
Paulo Raimundo, ironizando, disse que estava de acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, já que a CDU também quer um Governo "com estabilidade para dar estabilidade à vida das pessoas".
"É para isso que estamos a trabalhar com muita força", acrescentou.
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