"O nosso compromisso com os portugueses é, primeiro, mudança, reformas, exigência e, segundo, contribuir para uma solução de centro-direita, reformista e estável do ponto de vista político", afirmou Rui Rocha em declarações aos jornalistas numa loja de ovos moles, em Aveiro, onde vestiu o avental e cozinhou o tradicional doce aveirense.
Sem querer pronunciar-se sobre as sondagens que indicam que a AD e a IL estão longe de, juntas, obter uma maioria absoluta, Rui Rocha disse que o importante é transmitir aos portugueses que "há uma oportunidade única de ter uma solução de centro-direita" a governar o país.
"Mas uma solução de centro-direita que não é para fazer a mesma coisa. É para fazer muito mais: uma solução reformista, ambiciosa para o país e isso para reforçar a votação na IL", disse.
O líder da IL disse que o seu partido tem "objetivos claros de transformação" do país e garantiu que será "rigoroso e sempre muito exigente", caso venha a integrar uma solução de centro-direita.
Interrogado sobre quais são as exigências que coloca para eventualmente coligar-se com a AD, Rui Rocha disse que é necessário "mudar o sistema de saúde e criar acesso à saúde para os portugueses, que hoje não têm".
"Nós temos de trazer mais casas para o mercado da habitação, seja de arrendamento, seja no mercado da construção. Temos de baixar os impostos aos portugueses, às famílias e às empresas e temos de diminuir a burocracia e rever o sistema eleitoral", referiu, acrescentando que esses são os "objetivos claros da IL".
O líder da IL defendeu ainda que a próxima legislatura tem de ser a do "combate à burocracia, da simplificação de processos e de contrariar definitivamente a ideia de que Portugal é um país de salários de mil euros".
"Temos quatro anos pela frente, temos que mudar isso", sustentou.
Sobre se a AD e a IL não estão já a aproximar-se, uma vez que, por exemplo, ambas têm defendido parcerias público-privadas para os mesmos hospitais, Rui Rocha respondeu: "Não basta ter os ingredientes guardados numa gaveta, tirá-los quando dá jeito e depois guardá-los outra vez".
"A IL não faz isso. A IL tem as pessoas, os ingredientes, a visão, mas quer usá-los mesmo para mudar o país. Outros, eventualmente, têm os ingredientes guardados nas gavetas, fazem uso deles como propaganda, uma vez ou outra, mas depois os ingredientes voltam à gaveta", criticou, numa alusão à AD.
Sobre as críticas do cabeça de lista do Chega, Filipe Melo, em Braga, de que Rui Rocha não conseguirá ser reeleito no distrito, o líder da IL disse que gostava que os outros partidos se focassem em apresentar em ideias.
"Eu creio que, quando os outros partidos não apresentam propostas e se dedicam a atacar os outros, isso significa que não têm propostas. Eu não preciso, nem quero, fazer nada disso", referiu.
Questionado sobre as medidas que a IL defende para defender as atividades tradicionais e as artes e ofícios, Rui Rocha disse que "essas atividades dependem desde logo que haja pessoas interessadas em promovê-las", mas frisou que também sofrem do excesso de burocracia.
"O que dizemos é que a burocracia ataca a todos, a carga fiscal ataca a todos, as dificuldades do dia-a-dia com um Estado que não serve às pessoas ataca todos e, portanto, estes negócios tradicionais são aqueles que mais podem beneficiar de uma abordagem como a da IL", referiu.
[Notícia atualizada às 13h31]
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