"Entendo que apenas alguns órgãos devem fazer escutas e não todos, não vou precisar quais porque isso implica uma transversalidade de análise dentro do que são os vários órgãos de polícia criminal, agora parece-me que há uns que não estão manifestamente vocacionados para esse efeito", afirmou a responsável pela pasta da Justiça.
Paula Teixeira da Cruz falava aos jornalistas no final de um almoço-conferência no âmbito da Universidade Política da JSD/Lisboa.
Questionada sobre se vai promover mudanças na lei, Teixeira da Cruz respondeu apenas: "Tenho a intenção de lançar este debate, aliás, já o lancei".
Já interrogada sobre as notícias que ligam o ex-ministro Medina Carreira à operação "Monte Branco", que foi alvo de buscas mas não foi constituído arguido e diz não ter qualquer envolvimento no caso, Paula Teixeira da Cruz disse não se pronunciar "sobre casos concretos" e "sobretudo no caso de uma pessoa" de quem é "amiga pessoal".
A ministra da Justiça considerou, no entanto, que "toda esta matéria de comunicação entre justiça e comunicação social" merece "uma reflexão profunda" e "tem de encontrar o seu tempo e o seu espaço".
"Eu sei que são velocidades diferentes, mas tem de haver domínio público, é tão simples quanto isso", sintetizou.
Teixeira da Cruz garantiu ainda que "não há por parte do Governo uma manipulação política por parte de qualquer tipo de investigação", salientando ser "uma defensora da independência e da autonomia das magistraturas".