Em declarações aos jornalistas no parlamento, o deputado afirmou que em causa estão os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística sobre a inflação que "confirmam o que o PS sempre dissera, que o aumento (das pensões) estaria pouco acima dos 2,5%", depois de o Governo ter previsto que o aumento regular das pensões - excluindo o aumento extraordinário aprovado no parlamento - seria de 3,1%.
"Com esta confirmação ficamos a saber que foi criada uma expectativa grave, infundada, de aumentos para os pensionistas. Terá havido um erro no cálculo feito pelo Governo, eventualmente com o uso de indicadores errados no cálculo das pensões. Esta questão foi colocada ao Governo no próprio dia em que o anúncio foi feito, o Governo não esclareceu, é importante que o faça", sublinhou.
Miguel Cabrita frisou que quando a ministra anunciou "um aumento previsível de 3,1%, os dados conhecidos do INE já apontavam para um aumento em torno de 2,5%" e que, após a governante ser questionada, "a resposta apontou para uso de dados provisórios".
o deputado socialista criticou o que disse serem "declarações contraditórias" sem um "esclarecimento cabal" por parte do Governo, sublinhando que algumas informações veiculadas pela comunicação social "apontam para o uso de um indicador errado, o que é grave, na fórmula do cálculo de pensões".
"Nada disto bate certo, o que nós sabemos é que foi anunciado pelo Governo um aumento de 3,1% aos pensionistas, que não se vai concretizar, vai ficar bastante abaixo. Pensamos que os pensionistas merecem este respeito, que o parlamento merece este respeito e que o parlamento tem que saber o que é que aconteceu exatamente para que possamos discutir politicamente quais as consequências deste erro aparente", concluiu.
De acordo com contas feitas pelo jornal Público com base na fórmula de cálculo das pensões, a partir dos dados da inflação divulgados hoje pelo INE, as reformas - excluindo o aumento proposto pelo PS aprovado pelo parlamento - terão uma subida regular de 2,6%.
A inflação acelerou para 2,5% em novembro, 0,2 pontos percentuais (p.p.) acima da taxa verificada em outubro, adiantou hoje o Instituto Nacional de Estatística, confirmando a estimativa rápida divulgada no final de novembro.
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