André Freire, politólogo, investigador e professor catedrático, morreu em 30 de outubro, com 63 anos, em Lisboa e o parlamento aprovou hoje, por unanimidade, o projeto de voto de pesar que foi apresentado por deputados do Livre, PS, BE e PCP.
Também por unanimidade foi aprovado um pesar, proposto por PS, BE e Livre, pela morte do realizador e produtor português José Barahona.
Sobre André Freire, os deputados destacaram uma "pessoa de causas e convicções, mobilizado e ativo em todas as dimensões da vida académica, cívica e política" que atualmente era professor catedrático no ISCTE - IUL, diretor do Doutoramento de Ciência Política desta universidade desde 2015 e Investigador Sénior do Centro de Investigação e Estudos em Sociologia do ISCTE-IUL (CIES-IUL).
O parlamento expressou "profundo pesar pelo falecimento de André Freire, reconhecido e admirado professor e investigador português" e enviou a familiares, amigos, colegas e alunos "as mais sinceras condolências".
"Homem de esquerda, André Freire teve também uma importante atividade política e sindical. Defensor da importância da convergência à esquerda, colaborou em inúmeras iniciativas nesse sentido, nomeadamente no Congresso Democrático das Alternativas, em 2012", recordou-se no texto aprovado.
O envolvimento, em 2015, com candidatura do Livre/Tempo de Avançar, cujas listas integrou, e a participação na campanha do BE nas eleições de 2019, 2022 e 2024 foi também recordado pelo parlamento, que lembrou ainda que foi delegado sindical e representante dos docentes do ISCTE no SNESUP.
"É, assim, mais do que justo que a esquerda se una para lembrar a sua vida, obra e percurso cívico e político", pode ler-se ainda.
A carreira de André Freire, segundo o pesar aprovado, "conta com mais de 30 livros e mais de 100 artigos académicos, inclusive em revistas internacionais".
"Pioneiro na criação de estudos eleitorais, era presença frequente em fóruns científicos e políticos nacionais e internacionais, tendo sido perito e consultor nas áreas de ensino superior e investigação na Ciência Política", enalteceu ainda.
O parlamento destacou a "conduta participativa e de defesa do Estado Social e Democrático" na coordenação do Observatório da Democracia e da Representação Política no ISCTE -- IUL.
Já sobre o realizador e produtor português José Barahona, que morreu em 23 de novembro com 55 anos, o texto aprovado recordou escreveu "argumentos, foi técnico de som, produziu e realizou filmes a partir dos anos 1990".
"As questões do colonialismo, da escravatura, da imigração e da luta contra a ditadura, estiveram sempre presentes na obra de José Barahona, que tinha uma forte ligação ao Brasil, país onde viveu e trabalhou, nomeadamente na Refinaria Filmes", pode ainda ler-se.
O parlamentou enalteceu o legado deixado pelo realizador dedicado "à cultura e de intervenção cívica em vários hemisférios".
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