"Eu tenho a nítida sensação, porque ando na rua e falo com as pessoas, que os madeirenses não querem ir para eleições, os madeirenses não querem continuar neste clima de instabilidade e isso é uma coisa que, efetivamente, temos que equacionar", explicou, sublinhando, no entanto, que "nunca terá este Orçamento, de maneira alguma", o voto favorável da IL.
"Isso cá é garantidíssimo", reforçou.
Nuno Morna falava aos jornalistas após uma reunião com representantes do Governo Regional e do PSD, na Assembleia Legislativa, no Funchal.
Trata-se de uma nova ronda negocial entre o executivo minoritário social-democrata e os partidos com assento no parlamento, nomeadamente CDS-PP, PAN, IL e Chega, que decorre hoje.
O PS e o JPP, os dois maiores partidos da oposição madeirense, recusaram-se a participar nas negociações.
"Teria de mudar muita coisa para haver uma aproximação e um entendimento de que este Orçamento é um Orçamento bom", disse Nuno Morna, explicando que, na reunião com a equipa do executivo e do PSD, não discutiu quaisquer propostas de alteração.
"Não falámos de medidas, nem sequer chegámos a esse ponto", afirmou.
O deputado da Iniciativa Liberal considerou ainda que "não vem nenhum mal ao mundo" por o partido fazer uma apreciação do Orçamento "completamente diferente" do Governo, mas admitiu que poderá abster-se na votação.
"Nunca será favorável [o voto], a abstenção eventualmente poderá ser", precisou.
A discussão das propostas de Orçamento e Plano e Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração da RAM (PIDDAR) para 2025 está agendada no parlamento madeirense para os dias 09, 10 e 11 de dezembro.
No dia 09 acontece a sessão de abertura com a votação na generalidade, sendo a votação final global no dia 11 de dezembro.
Em 22 de novembro, o Governo Regional entregou na Assembleia Legislativa as propostas de Orçamento para 2025, no valor de 2.611 milhões de euros (ME), e de Plano de Investimentos, orçamentado em 1.112 ME, os valores "mais elevados de sempre".
Para 17 de dezembro está, entretanto, agendada a discussão da moção de censura apresentada pelo Chega.
A confirmarem-se as intenções de voto divulgadas, a moção de censura terá aprovação garantida com os votos de PS, JPP, Chega e IL, que juntos têm maioria absoluta. O parlamento conta ainda, além do PSD, com o CDS-PP e o PAN.
A aprovação da moção de censura implica a demissão do Governo Regional e a permanência em funções até à posse de uma nova equipa.
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