Pedido demissão de Leão foi feito ontem e não após "nenhum artigo"

Pedro Nuno Santos salientou que "sabemos que as sociedades mais seguras são as sociedades mais coesas e com menor desigualdade social", o que, na sua ótica, implica "que o país tenha um compromisso sério com a integração e inclusão de comunidades que, na realidade, em grande parte se sentem abandonadas pelo poder político".

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Notícias ao Minuto
06/11/2024 13:52 ‧ há 5 semanas por Notícias ao Minuto

Política

PS

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, salientou, esta quarta-feira, que o partido "faz sempre o esforço de tentar encontrar as melhores respostas para garantir uma sociedade mais segura", na sequência do pedido de demissão apresentado pelo presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL), que defendeu o despejo "sem dó nem piedade" de inquilinos de habitações municipais que tenham participado nos distúrbios que ocorreram na Área Metropolitana de Lisboa.

 

"O PS faz sempre o esforço de tentar encontrar as melhores respostas para garantir uma sociedade mais segura, e sabemos que as sociedades mais seguras são as sociedades mais coesas e com menor desigualdade social", começou por dizer o responsável, em declarações à imprensa.

Na ótica do socialista, isto "implica, desde logo, que o país tenha um compromisso sério com a integração e inclusão de comunidades que, na realidade, em grande parte se sentem abandonadas pelo poder político".

"Queremos assegurar uma proximidade entre a polícia e as comunidades, os bairros. Não queremos que quem vive nos bairros da Área Metropolitana de Lisboa olhe para a Polícia de Segurança Pública (PSP) como adversária", complementou.

O secretário-geral assinalou que a polícia "trabalha com a comunidade, há uma relação de proximidade que é boa para a população, mas é também boa para o trabalho que a PSP desenvolve", justificando, por isso, o apoio deste policiamento, que descreveu como "o caminho para termos uma polícia [...] mais capaz de conseguir dar resposta aos fenómenos de criminalidade".

"Na segunda-feira, fui muito claro sobre os valores e os princípios do PS. [...] Todos os eleitos do PS estão comprometidos com a lei, com a Constituição, com o objetivo da reinserção social e com os princípios do humanismo, do respeito pelo outro e da empatia", disse.

Ainda que tenha considerado que as declarações de Ricardo Leão foram "erradas", Pedro Nuno Santos escusou-se, contudo, a fazer "julgamento em praça pública de eleitos pelo PS".

O socialista revelou ainda que o pedido de demissão do presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) foi feito ontem e "não na sequência de nenhum artigo".

"Se há político em Portugal que não é tático sou eu", disse.

O secretário-geral indicou também que "o artigo não tem nenhum novo argumento face àquilo que eu disse na segunda-feira", havendo "sintonia total".

"Obviamente que há um conjunto de outras reflexões que não têm nada que ver com a declaração que o presidente da Câmara Municipal de Loures fez", disse, apontando ainda que "o combate à extrema-direita faz-se com a resolução dos problemas concretos de muitos portugueses".

Saliente-se que, num artigo divulgado hoje no jornal Público, o ex-primeiro-ministro, o deputado e membro da Comissão Política Concelhia de Lisboa, José Leitão, e o ex-eurodeputado Pedro Silva Pereira referem-se a declarações do presidente da Câmara Municipal de Loures, que consideraram que ofendem "gravemente os valores, a identidade e a cultura do PS".

[Notícia atualizada às 14h13]

Leia Também: Ricardo Leão demite-se da presidência da federação do PS de Lisboa

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