Tavares cola Moedas ao "discurso da extrema-direita" sobre imigração

O porta-voz do Livre, Rui Tavares, acusou hoje o presidente da Câmara de Lisboa de "ir atrás do discurso da extrema-direita", relativamente à imigração, e negou que a situação dos sem-abrigo no largo dos Anjos esteja resolvida.

PORTO, PORTUGAL - 2024/01/27: Founder and deputy of the Livre party, Rui Tavares speaks to the press during the 13th party congress in the Auditorium of the Almeida Garrett Library at Palácio de Cristal, as part of the preparation and discussion of ideas

© Getty Images

Lusa
05/10/2024 14:45 ‧ 05/10/2024 por Lusa

Política

5 Outubro

"Uma pessoa pergunta se Mário Soares alguma vez teria deixado fazer este discurso sobre imigrantes e ir atrás sem ter, a certa altura, um estado de alma, um grito de alma a dizer: Os outros receberam-nos bem quando fomos exilados. Receberam-nos bem quando passamos a salto", questionou.

 

Rui Tavares falava aos jornalistas no final da cerimónia comemorativa do 114.º aniversário da Implantação da República, que decorreu na Praça do Município, em Lisboa, e na qual intervieram o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

No seu discurso, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, defendeu que o país não pode "aceitar uma política de portas escancaradas que conduz à desordem".

"Hoje assistimos a manifestações de um drama humanitário que nos envergonha a todos como país. Nós precisamos de imigração, mas não podemos aceitar uma política de portas escancaradas que conduz à desordem, dá espaço a redes criminosas e multiplica casos de escravatura moderna", disse o autarca, anfitrião das cerimónias oficiais do 05 de Outubro.

Este discurso foi criticado pelo porta-voz do Livre, que acusou Carlos Moedas de "ir atrás da extrema-direita" e de citar o poeta Luís de Camões, "desconhecendo a história.

"É bonito citar Camões, mas é mais bonito não passar o mandato inteiro. Já lá vão três anos do presidente da Câmara a chamar a tudo aquilo que inaugura, às vezes de mandatos precedentes, 'factory' não sei quê, 'hub' não sei que mais. A língua portuguesa existe, mas se não cuidarmos dela vai definhando", observou.

Rui Tavares negou ainda que a Câmara de Lisboa tenha resolvido a situação dos imigrantes que estão há meses a viver em tendas junto à igreja dos Anjos, ao contrário do que foi anunciado por Carlos Moedas durante o seu discurso.

"O largo dos Anjos não apresentava nenhuma diferença sensível nesta manhã. A situação dos sem-abrigo não é de um largo. É de uma cidade inteira, na qual o presidente Carlos Moedas pouco ou nada fez para resolver esta situação", apontou.

Questionado sobre a contraproposta apresentada na sexta-feira pelo PS ao Governo, no âmbito do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), o porta-voz do Livre defendeu que "esta não é a forma de negociar um orçamento" e que deveria "ser negociado de outra forma".

Leia Também: IL diz que negociação entre Governo e PS "é má o suficiente para o país"

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