"Lucília Gago sai daqui a um mês e não vai deixar saudades"
Luís Marques Mendes comentou a ida da procuradora-geral da República, Lucília Gago, ao Parlamento, assim como a reação da ministra da Justiça, Rita Júdice, à fuga de cinco reclusos no Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus.
© Partido Social Democrata/ flickr
Política Luís Marques Mendes
O social-democrata Luís Marques Mendes comentou, este domingo, a atualidade informativa, nomeadamente a audição da procuradora-geral da República, Lucília Gago, que esteve no Parlamento na quarta-feira.
O antigo presidente do Partido Social Democrata (PSD) sublinhou que não "apreciou" nem a prestação da responsável, nem dos deputados que intervieram.
"Lucília Gago não apreciei porque é o estilo que já nos habituou, das poucas vezes que intervém. Muito arrogante, nunca reconhece uma falha, nem um erro. Acho inqualificável. Ficava-lhe bem um bocadinho mais de humildade", começou por dizer, no seu espaço de comentário na SIC Notícias.
O comentador apontou ainda que Lucília Gago parecia julgar que qualquer crítica que lhe é feita "é quase um caso de Estado", e que em democracia as críticas são habituais. "Deixa a imagem que de facto, não é boa. Numa palavra: sai daqui a um mês e não vai deixar saudades", concluiu.
Quanto aos deputados, Marques Mendes considerou que, da sua parte, havia muita preocupação em relação a investigações que têm a ver com políticos, mas não "com as outras", o que "não pode ser". "[Preocupam-se] com as mais mediáticas e aquelas que são mais corporativas", acusou, quando confrontando com a possibilidade do mediatismo.
"Ficava bem aos deputados dizerem à procuradora-geral: 'Tem aqui, ou o Ministério Público, um conjunto de atuações que são menos corretas ou irregulares nisto e naquilo', mas também reconhecer as coisas que o Ministério Público faz", disse, exemplificando com a Operação Vórtex, que classificou como sendo um caso exemplar e sólido.
"O mais importante agora é tratar do futuro. Agora o que é importante é que haja uma decisão rápida nos próximos dias sobre o próximo procurador-geral da República", disse, referindo que este novo responsável deveria ter um perfil independente, "próximo" do que tinha Joana Marques Vidal.
Marques Mendes descartou também a ideia de haver algum mal-estar entre o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o Presidente da República, defendendo que achava que esta escolha "ia correr bem" e ser sólida.
Vale de Judeus? "Ministra reagiu tarde, mas [depois] reagiu bem"
O comentador falou ainda de um tema 'trazido' desde a semana passada: a figa de cinco reclusos de Vale de Judeus, na Azambuja, distrito de Lisboa. Uma semana depois, os cinco homens com idades compreendidas entre cerca dos 30 e 60 continuam desaparecidos e as autoridades 'lá fora' já foram alertadas.
Perante a situação, a ministra da Justiça, Rita Júdice, anunciou auditorias à segurança das 49 cadeias do país. A ministra deu uma conferência de imprensa na terça-feira, quando a fuga foi no sábado. O advogado indicou que a reação tardia do Executivo foi uma falha, tal como já tinha considerado a semana passada, quando ainda nenhum membro do Governo tinha reagido.
"Acho que a ministra reagiu tarde; devia ter falado no sábado ou no domingo, ainda que depois falasse mais tarde, de forma mais detalhada", referiu, dizendo, no entanto, que a responsável pela pasta "reagiu bem".
"Sobretudo porque foi muito determinada em três pontos muito importantes: a substituição do diretor-geral das prisões - que era inevitável -, na auditoria de segurança a 49 cadeias no país e em terceiro lugar uma auditoria de gestão, que neste quadro que se passou torna-se obrigatório", justificou, dando conta de que esta última auditoria de gestão "esperava" que os anúncios fossem concretizados".
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