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Portugal pode ser acusado de ser "cúmplice de genocídio na Palestina"

Bloco de Esquerda apresentou denúncia na PGR para que Portugal intervenha no caso do navio com bandeira lusa, que transportaria explosivos para Israel.

Portugal pode ser acusado de ser "cúmplice de genocídio na Palestina"
Notícias ao Minuto

11:15 - 09/09/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política Mariana Mortágua

O Bloco de Esquerda entregou esta manhã uma denúncia na PGR, relacionada com  um navio a circular com bandeira portuguesa que foi impedido de entrar nos portos da Namíbia por transportar armas destinadas às forças militares israelitas.

 

Segundo Mariana Mortágua, trata-se de "uma denúncia muito simples" que visa desafiar a "PGR para que possa intervir e garantir que o direito internacional é garantido pelo Estado".

"Há um navio que tem uma bandeira portuguesa, registado na Madeira, e Portugal é responsável por garantir a legalidade deste navio", disse a coordenadora do Bloco de Esquerda referindo-se ao cargueiro Kathrin.

Mariana Mortágua salientou que a embarcação em causa transportava "explosivos para Israel" e que Portugal tem de "retirar o pavilhão ao navio (ou seja, a bandeira) ou garantir que não há explosivos dentro deste barco".

Caso isso não aconteça, salientou, "Portugal é responsável por aquele navio" e pode ser acusado de ser "cúmplice de genocídio na Palestina", segundo já alertou uma relatora das Nações Unidas.

"Portugal é responsável por aquele navio", reforçou, lembrando que, em causa, está "o cumprimento do direito internacional e das convenções internacionais".

O cargueiro em questão transporta oito contentores de explosivos Hexogen/RDX e 60 contentores de TNT com destino a Israel, que deverão ser descarregados em Koper, na Eslovénia.

No final do mês de agosto, após questões levantadas pelo BE, o ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou que o navio cargueiro Kathrin tem pavilhão português mas é alemão e "não vai para Israel", assegurando que a embarcação tem como destino dois portos, na Eslovénia e no Montenegro.

"O ministro [Paulo Rangel] escolheu uma versão dos factos que oculta a real intenção daquele navio, que oculta a bandeira portuguesa daquele navio e que aquele navio transporta uma carga que se destina ao exército israelita", acusou a coordenadora do BE.

Mariana Mortágua disse ainda que "o navio vai para a Eslovénia, mas os explosivos que estão dentro daquele navio têm uma guia de destino até Israel" e serão "usados na fabricação de armas".

[Notícia atualizada às 13h36]

Leia Também: Navio com bandeira portuguesa transporta armas para Israel? BE questiona

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