O socialista Eurico Brilhante Dias considerou, esta sexta-feira, que a ida de Luís Montenegro ao teatro de operações da queda de um helicóptero no rio Douro, especificamente a sua deslocação numa embarcação, foi "excessiva" e revela "alguma falta de experiência" como primeiro-ministro.
Em declarações na SIC Notícias e após ser interrogado sobre se se justificou esta deslocação de Montenegro, o deputado socialista respondeu: "A presença talvez, a ida ao bote é claramente excessiva e mostra - vamos ser simpáticos com o senhor primeiro-ministro - alguma falta de experiência".
"Não sei se politica, mas pelo menos como primeiro-ministro", justificou.
Eurico Brilhante Dias recordou que a ida ao teatro de operações "deve ser particularmente cautelosa" e lembrou os exemplos dos incêndios de Pedrógão Grande, referindo que é "normal" que "com a presença de um membro do Governo", além da presença do Presidente da República, "as pessoas, de alguma forma, prestem atenção a quem está".
"É um incidente que tenho a máxima convicção que, noutra oportunidade semelhante a esta, o senhor primeiro-ministro não voltará a fazer", sublinhou.
O antigo líder da bancada parlamentar do PS fez ainda questão de ressalvar que é, contudo, importante que as atenções não se desviem "do essencial" e lembrou as famílias das vítimas deste acidente.
"Há, naturalmente, uma investigação a fazer para saber o que aconteceu, mas estes homens estavam a servir o país numa operação importante e nós não nos devemos desviar hoje muito disto", completou.
Recorde-se que o helicóptero de combate a incêndios florestais caiu no rio Douro pelas 12h50, próximo da localidade de Samodães, Lamego, e transportava um piloto e uma equipa de cinco militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPC) que regressavam de um fogo no concelho de Baião.
O piloto da aeronave foi resgatado com vida, apenas com ferimentos ligeiros.
Até ao momento foram localizados os corpos de quatro militares da GNR, continuando desaparecido um outro elemento, entre os 29 e os 45 anos, três naturais de Lamego, um de Moimenta da Beira e outro de Castro Daire, no distrito de Viseu.
As causas do acidente ainda não são conhecidas.
O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários tem uma equipa no terreno a investigar o acidente.
O helicóptero acidentado, do modelo AS350 -- Écureuil, é operado pela empresa HTA Helicópteros, sediada em Loulé, Algarve.
Leia Também: Portugal deve "homenagem e reconhecimento" a militares que morrreram