“O normal período de sol, praia e bolas de Berlim”, a chamada ‘silly season’, “foi este ano inadvertidamente atropelado pela crise no BES, pelas eleições do PS e pela avaliação de professores”, escreve hoje o deputado ‘laranja’ Duarte Marques, num artigo publicado no semanário Expresso, mas também, acrescenta, “pelos tristes momentos protagonizados pela eurodeputada Maria João Rodrigues a propósito da escolha do comissário português”.

“Não estávamos habituados a um Verão com tanta intensidade” mas, afirma, “a ‘Ronalda’ da política, o ‘pimba’ das primárias e o coveiro Nogueira” trataram de inverter o sentido normal da época. Não percebeu de quem se trata? Vamos por partes.

“Comecemos pelas eleições no Partido Socialista”. Enquanto António Costa faz “declarações [à revista Visão] sobre a sua putativa saída da Câmara de Lisboa”, que “parecem retiradas (...) de uma sátira à antiga”, o líder do PS, “António José Seguro virou uma espécie de político pimba: canta, dança e usa o reportório que deu a ‘vitória’ a Marinho Pinto nas europeias, estando ainda mais contra tudo e todos, do próprio PS a si mesmo”.

“A escolha do Comissário Europeu deu a conhecer ao país a ‘maior portuguesa de sempre’ Maria João Rodrigues, a ‘Ronalda’ da política europeia, qual 8ª maravilha, que iria mudar a Europa e concretizar o projeto europeu de Seguro”, escreve o social-democrata, concluindo que “afinal, o próprio Juncker já mandou desmentir as declarações da socialista com um desprezo e uma frieza tais que colocam em causa a ‘amizade’ que os une”.

Quanto ao “coveiro Nogueira”, Duarte Marques refere-se ao secretário-geral da Fenprof (Federação Nacional dos Professores)”, sustentando que apesar de também defender que “o problema da qualidade dos professores seja combatido na base, nas universidades e politécnicos”, deve perceber também que “é preciso retirar das escolas os professores sem ‘os mínimos’”.

Em causa está a prova de avaliação dos professores que, na opinião do deputado do PSD, “tratou, apenas e tão só, disto: de triar a qualidade. Se, alguma vez, Nogueira aceitasse distinguir os professores bons dos maus, se valorizasse a profissão e a carreira, todos ganhariam”. Mas, conclui, “Mário Nogueira é o coveiro da credibilidade dos professores, há décadas que não dá aulas, e não ‘há padeiro que faça bom pão longe da padaria...’. Será que são todos burros e só o ‘coveiro’ Nogueira tem razão”, deixa no ar a questão.

“Com o fim do verão virá o outono e, com ele, virão dois desafios: um novo ou recauchutado líder da oposição (ufa! Até que enfim...) e um Orçamento de 2015. Haja esperança. Pode ser que o silly [season] se tenha gasto todo nestes meses de verão”, remata Duarte Marques, ex-líder da Juventude Social-Democrata (JSD).

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