"Se não tivesse havido crise política, Costa nunca chegaria a este lugar"
Luís Marques Mendes considerou que António Costa como presidente do Conselho Europeu foi "uma boa escolha". "Há momentos na vida que todos ganham e ninguém perde, este é um deles", afirmou.
© Reinaldo Rodrigues/ Global Imagens
Política Luís Marques Mendes
O antigo líder do Partido Social Democrata (PSD), Luís Marques Mendes, considerou, este domingo, que a eleição de António Costa como o novo presidente do Conselho Europeu é uma boa notícia para Portugal, salientando que ele é "um homem hábil, de diálogo e com capacidade de negociação".
"É uma boa escolha e uma boa decisão. Há momentos na vida que todos ganham e ninguém perde, não são muitos esses momentos, mas acho que este é um deles", começou por dizer Marques Mendes, no seu espaço de comentário no 'Jornal da Noite', da SIC.
O social-democrata referiu que o cargo de presidente do Conselho da Europa está 'destinado' a um perfil como o de António Costa.
"Mesmo aquelas pessoas que aqui em Portugal acham que ele não foi um bom primeiro-ministro, sempre reconheceram que Costa é um homem hábil, de diálogo e com capacidade de negociação. É isto que ele vai fazer na Europa e tem todas as condições para fazer bem", salientou.
Na ótima de Marques Mendes, a decisão "também é boa para Portugal" no que diz respeito a "prestígio, reputação e credibilidade quando tem um português num alto cargo internacional".
Ainda assim, o também economista enfatizou que Costa "precisa de ter sorte e habilidade" devido ao possível crescimento da extrema-direita na Europa e no mundo, referindo a possível reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
Não obstante, Marques Mendes enfatizou que "se não tivesse havido a crise política que houve no dia 7 de novembro do ano passado com a demissão, a dissolução do Parlamento e eleições, António Costa nunca chegaria a este lugar".
"Ironia das ironias, a crise política foi boa para vários protagonistas", salientou, considerando que o momento beneficiou Pedro Nuno Santos - que se tornou secretário-geral do Partido Socialista (PS) - e Luís Montenegro - que se tornou primeiro-ministro mais rapidamente.
Nesse sentido, analisa ainda o apoio de Luís Montenegro a António Costa, observando que terá sido "muito importante" para a sua eleição.
Na perspectiva do comentador, o atual primeiro-ministro ganhou "sentido de estado", ou seja, deu apoio a um adversário político colocando, no entanto, o "interesse nacional acima de tudo".
Lucília Gago? "Erro de casting, degradou a imagem do MP e não vai deixar saudades"
Na sequência das declarações de Ana Rita Júdice, esta semana, sobre a Procuradoria-Geral da República, Marques Mendes considera que "a ministra da Justiça passou uma certidão de óbito à atual procuradora-geral da República", querendo com isto dizer que Lucília Gago foi "um erro de casting, degradou a imagem do Ministério Público (MP) e não vai deixar saudades".
"O país já tinha percebido que a atual PGR não fica na história", afiança o social-democrata, acrescentando que a nova pessoa que irá assumir o cargo - já no mês de setembro - deverá ter o perfil traçado pela ministra, ou seja, ser alguém "com capacidade de liderança, de comunicação e que restitua a credibilidade que o MP perdeu".
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