Líder do PCP acusa Governo de legalizar o tráfico de influência

O líder do PCP acusou hoje o Governo de aprovar um conjunto de medidas de combate à corrupção que, na prática, legaliza o tráfico de influências, e insistiu no aumento imediato de todos os salários.

PCP: Paulo Raimundo num comício em Almada

© Lusa

Lusa
22/06/2024 17:27 ‧ 22/06/2024 por Lusa

Política

PCP

"Mas é possível haver algum combate sem tréguas à corrupção sem enfrentar os 'offshore', os paraísos fiscais, essas autênticas casas de repouso para aqueles que fazem as negociatas, o tráfico de influências e o dinheiro vindo da corrupção?", interrogou Paulo Raimundo, num comício no concelho de Anadia, distrito de Aveiro.

O dirigente comunista, que discursava no convívio regional de Aveiro, no Parque de Merendas de Mogofores, questionou se é possível combater a corrupção sem "enfrentar as negociatas e as privatizações, como é o caso do escândalo da privatização da ANA -Aeroportos de Portugal".

Perante várias dezenas de apoiantes, o líder do PCP enfatizou que as medidas do pacote anticorrupção do Governo não passam de 32 intenções que, na prática, "deixam tudo para depois e não têm nenhuma novidade".

Segundo Paulo Raimundo, "o que não fica para depois é a legalização daquilo que hoje é ilegal -- o tráfico de influências, com aquele nome pomposo do chamado 'lobbying'".

"Muita conversa, muita batida no peito, muita areia para os olhos e, no fim do dia, aquilo que sobra, é que aquilo que era ilegal passa a legal, combate-se pouco a corrupção e as tréguas ficam sempre com os que se acham donos disto tudo e para os quais nunca há uma única medida que lhes faça frente", sublinhou.

Ainda no domínio do combate à corrupção, o secretário-geral dos comunistas desafiou o país a deixar de recorrer aos tribunais arbitrais, "no qual o Estado perde sempre".

"Se houver alguma resolução de um tribunal arbitral no qual o Estado tenha ganho, alguém que apresente essa primeira prova", disse Paulo Raimundo, acusando os grandes partidos de se terem juntado para inviabilizar o fim do recurso do Estado aos tribunais arbitrais.

O Governo aprovou quinta-feira, em Conselho de Ministros, um conjunto de mais de 30 medidas para combater a corrupção, em que se destaca a regulamentação do 'lobbying' e o confisco de bens que resultem de atividade à margem da lei, mesmo sem condenação.

Acusando o executivo de Luís Montenegro de estar a governar para os grupos económicos, insistiu no aumento imediato de todos os salários em 150 euros e no mínimo de 15% para todos os trabalhadores e a fixação do Salário Mínimo Nacional já este ano em 1.000 euros.

Para Paulo Raimundo, "é necessário e justo" aumentar todos os salários de forma significativa, que permita aos trabalhadores enfrentar o custo de vida, "que não para de aumentar, na habitação, na alimentação, na energia e nos medicamentos".

Leia Também: "Não se pode contar com PS para luta contra quem se acha dono disto tudo"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas