PSD/Madeira mantém "disponibilidade" para dialogar, mas não deixa Governo

O PSD/Madeira manifestou hoje "total disponibilidade" para o diálogo com a oposição, mas salientou que não abdica da sua "primeira responsabilidade", que é governar e ter condições para o fazer.

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Lusa
19/06/2024 22:26 ‧ 19/06/2024 por Lusa

Política

Madeira

"Mantemos essa disponibilidade, essa vontade de manter novamente esse diálogo, um diálogo que deverá existir com mais frequência se necessário", afirmou o líder parlamentar do PSD na Assembleia Legislativa da Madeira,

O deputado falava aos jornalistas no parlamento madeirense momentos depois de o presidente do Governo Regional, o social-democrata Miguel Albuquerque, ter anunciado que o executivo vai retirar a proposta de Programa que estava a ser discutida na Assembleia Legislativa, admitindo que não teria condições para ser aprovada na quinta-feira.

O Programa do Governo seria chumbado, uma vez que PS, JPP e Chega anunciaram o voto contra. Os três partidos somam um total de 24 deputados dos 47 que compõem o hemiciclo, o que equivale a uma maioria absoluta.

Segundo Jaime Filipe Ramos, é intenção do executivo entregar um novo documento na Assembleia Legislativa "nos próximos dias", existindo disponibilidade para "acolher mais intenções por parte dos partidos" da oposição.

"Estamos em crer que há condições ainda de aprovar o Programa do Governo", afirmou, insistindo que os sociais-democratas estão recetivos, disponíveis e determinados e "não fecham a porta ao diálogo".

Contudo, alertou, apesar dessa disponibilidade, os sociais-democratas não abdicam de governar.

"Não abdicamos daquilo que é a nossa primeira responsabilidade, que é governar e termos, neste caso, condições para o fazer", disse, insistindo que para o diálogo há "total disponibilidade".

Nas eleições regionais antecipadas de 26 de maio, o PSD elegeu 19 deputados, ficando a cinco mandatos de conseguir a maioria absoluta (para a qual são necessários 24), o PS conseguiu 11, o JPP nove, o Chega quatro e o CDS-PP dois, enquanto a IL e o PAN elegeram um deputado cada.

Já depois das eleições, o PSD firmou um acordo parlamentar com os democratas-cristãos, ficando ainda assim aquém da maioria absoluta. Os dois partidos somam 21 assentos.

Também após o sufrágio, o PS e o JPP (com um total de 20 mandatos) anunciaram um acordo para tentar retirar o PSD do poder, mas o representante da República, Ireneu Barreto, entendeu que não teria viabilidade e indigitou Miguel Albuquerque.

As eleições de maio realizaram-se oito meses após as legislativas madeirenses de 24 de setembro de 2023, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando Miguel Albuquerque foi constituído arguido num processo sobre alegada corrupção.

Leia Também: Retirada do Programa do Governo mostra "incapacidade" do PSD/Madeira

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