Este apelo saiu da segunda sessão do 100.º Sínodo da Igreja Lusitana, que este fim de semana terminou em Gaia, concluindo os trabalhos que tiveram a primeira sessão em fevereiro, em Lisboa, e na qual participou o arcebispo de Cantuária, Justin Welby, líder espiritual da Comunhão Anglicana.
Durante os trabalhos da sessão de Gaia, e segundo um comunicado da Igreja Lusitana, foi analisada a situação que se vive "numa sociedade que facilmente cria divisões, muros e discursos de ódio", tendo sido aprovadas propostas de apoio e solidariedade com as vítimas da guerra da Ucrânia e com a diocese Anglicana de Jerusalém, "no contexto dos trágicos acontecimentos no Médio Oriente".
Nas preocupações dos participantes no Sínodo da Igreja Lusitana esteve também a diocese Meridional da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, face à "maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul", onde desde o fim de abril chuvas torrenciais deixaram cidades inteiras inundadas, com as autoridades brasileiras a confirmarem já 170 mortes e mais de 580 mil pessoas desalojadas.
Os delegados desta Igreja da Comunhão Anglicana em Portugal abordaram ainda a questão do acesso das mulheres ao ministério ordenado, aprovado no Sínodo de 1991, mas desta vez para atualizar as diretrizes, "no sentido de tornar explícito que o acesso das mulheres ao ministério ordenado inclui o diaconado, o presbiterado e o episcopado".
Constituída em Portugal em 1880, em Lisboa, a Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica é, de acordo com o bispo diocesano, Jorge Pina Cabral, "uma igreja que é uma via intermédia entre o catolicismo romano e as igrejas protestantes".
"É uma igreja desde a sua origem fortemente inculturada, e ao mesmo tempo uma igreja ecuménica, na medida em que procura estabelecer as relações com as outras igrejas, fortemente empenhada no Conselho Português de Igrejas Cristãs e também, de há uns anos a esta parte, no diálogo inter-religioso", acrescenta.
A Igreja tem 14 comunidades de norte a sul do país, congregando cerca de 5.000 membros.
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