Num discurso em Aveiro, João Oliveira salientou que a CDU parte para estas eleições com o "argumento da confiança no trabalho" que os seus eurodeputados têm realizado no Parlamento Europeu "ao longo de décadas", em defesa dos "anseios e aspirações" do povo.
Perante uma sala cheia, com algumas pessoas a ouvirem o discurso de pé, nas alas alterais, o cabeça de lista da CDU defendeu que esse trabalho "marca a diferença relativamente a outras forças de segurança", passando a criticar os atuais candidatos do PS e da Aliança Democrática (AD).
"Nós não estanhamos que os deputados do PS e da AD façam agora de conta que não têm nada a ver com quem lá esteve nos cinco anos antes. Quem os ouviu agora durante estes debates, parece que os deputados do PS e da AD não aprovaram sucessivas reformas da Política Agrícola Comum (PAC) e da política comum de pescas, com os prejuízos que causaram ao nosso país", criticou.
João Oliveira defendeu ainda que o PS e os partidos que integram a AD (PSD e CDS) "estiveram de acordo com as alterações ao Pacto de Estabilidade e à governação económica, que vão significar mais restrições" à possibilidade de utilizar o Orçamento do Estado nacional para responder às necessidades do país.
"Parece que não foram os deputados do PS e da AD que acompanharam as políticas de resgate aos bancos com dinheiros públicos, e que hoje fazem de conta que não há problema nenhum com o facto de, só nos primeiros três meses deste ano, os bancos em Portugal terem tido 560 mil euros de lucros por hora", afirmou.
Segundo o cabeça de lista da CDU, os eurodeputados do PS e da AD acompanharam medidas que permitiram aos grupos económicos "acumularem os lucros escandalosos que acumulam", enquanto os trabalhadores continuam "com dinheiro com não chega ao fim do mês".
"Parece que não foram eles que acompanharam todas as orientações da União Europeia, todas as políticas que tornaram Portugal num país mais dependente com as regras do mercado único, com a política comercial que levaram à ruína milhares de pequenas e médias empresas, destruindo a nossa indústria e capacidade de produção industrial", frisou.
João Oliveira afirmou que, "parece que, de repente, aqueles deputados do PS e da AD não têm nada que ver com o que aconteceu, nem votaram os dois no mesmo sentido em tudo o que era decisivo".
"Ora, nós não podemos deixar que isso seja tratado com a política do 'OMO lava mais branco'. Era só o que faltava que agora se apagasse da cabeça das pessoas o registo e a memória do que foi a atuação e as opções políticas, o posicionamento desses deputados contra os interesses do povo", disse.
O candidato assegurou que a CDU não vai deixar que isso aconteça e continuará a "afirmar a diferença que faz ter deputados a tomarem posições em defesa do povo e do país, mesmo quando todos os outros faltam a essa chamada".
Depois, João Oliveira abordou o pacto para as migrações asilos para acusar o PS e AD de o terem subscrito, encarando "os seres humanos na perspetiva utilitarista de decidirem do valor da vida humana em função da capacidade de produção de cada ser humano".
"Remetem para a circunstância da ilegalidade, da clandestinidade e da irregularidade milhões de cidadãos em todo o espaço da União Europeia para que possam mais facilmente ser sujeitos à exploração, à escravatura, à desumanidade", acusou.
Para o candidato, o pacto visa fazer com que os imigrantes possam ser "utilizados como instrumento de pressão para fazer baixar salários, condições de trabalho, de vida, dos restantes trabalhadores".
"Essa é a tática de quem quer acumular fortuna com a exploração. Não é a tática nem política que sirva aos trabalhadores", defendeu.
[Notícia atualizada às 00h24]
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