"Projeto europeu está em risco" devido a "ambiente de guerra, de ódio"
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, avisou hoje que "o projeto europeu está risco" perante um "ambiente belicista de guerra, de violência, de ódio e de divisão", salientando a importância do voto no dia 9.
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© Carlos Carneiro / Global Imagens
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Política Europeias
"A Europa está em risco e este projeto está em risco precisamente por esta cultura de ódio que está a invadir a União Europeia e que de forma irresponsável acha que a guerra é solução para o que quer que seja", considerou Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas.
No primeiro dia de campanha oficial para as eleições europeias, a cabeça de lista do BE, Catarina Martins, contou com a presença da coordenadora do partido que a acompanhou numa arruada em Moscavide, no distrito de Lisboa.
"Não é preciso estar muito atento ao que se passa na Europa para sentir o cheiro e o ambiente belicista de guerra, de violência, de ódio e de divisão. A Europa está num momento de charneira, num momento muito importante onde tudo se decide", salientou.
Mortágua avisou para o regresso de "sombras do passado" de quem "não respeita o que aprendemos no pós-guerra, de quem não respeita que a Europa se construiu sobre essa aprendizagem do fascismo e da guerra e, por isso, se fundou nos valores de democracia, de solidariedade e cooperação".
Neste contexto, Mariana Mortágua considerou importante ter uma "voz determinante e séria na União Europeia e que não cede perante o militarismo, que não cede nas alianças com a extrema-direita, que não faz alianças com o ódio e violência apenas para manter o poder, é isso que estamos a ver por parte da direita e da extrema-direita na Europa".
"Joga-se o futuro da União Europeia e do projeto europeu nestas eleições e por isso é que as levamos tão a sério", sublinhou.
A cabeça-de-lista do partido, Catarina Martins, considerou que "a direita é um problema, não apenas a extrema-direita".
"A direita é um problema, não é só a extrema-direita, porque quando Sebastião Bugalho [cabeça-de-lista da Aliança Democrática, que junta PSD, CDS-PP e PPM] disse num debate que se levantará comigo contra qualquer recuo sobre os direitos das mulheres, a verdade é que ele se candidata para se sentar ao lado da extrema-direita com quem a sua candidata a presidente da Comissão Europeia já está a negociar a próxima comissão", criticou, numa referência a Ursula von der Leyen, do Partido Popular Europeu (PPE).
Catarina Martins considerou que "estas eleições são determinantes para toda a gente mas também para as mulheres", lembrando que hoje se assinalam 24 anos da primeira lei apresentada pelo BE, que propôs que a violência doméstica passasse a ser crime público.
Mariana Mortágua foi ainda questionada sobre o Conselho de Ministros de hoje, que anunciou a revogação de medidas tomadas pelo anterior executivo socialista ao nível do alojamento local ou do arredamento forçado ou coercivo.
"O facto de o Conselho de Ministros se ter dedicado a revogar uma lei que nunca foi aplicada e que não foi criada para ser aplicada mostra bem o vazio das políticas de habitação deste governo", criticou.
A bloquista considerou que o Governo minoritário PSD/CDS-PP "não acrescenta nenhuma resposta nem para o preço do crédito à habitação, nem para o preço da renda que continua a subir, nem para as pessoas que não sabem se vão ser despejadas".
"O que fazem é mais benefícios fiscais, mais promoção da especulação imobiliária e revogam uma lei que nunca foi utilizada nem feita para ser utilizada e fazem dessa lei uma bandeira da sua política de habitação", lamentou.
[Notícia atualizada às 20h36]
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