BE pede regularização automática de imigrantes com um ano de descontos

O Bloco de Esquerda pediu hoje ao governo a regularização automática de todos os imigrantes que tenham um ano de descontos na Segurança Social e criticou o modo como é gerida a agência acompanha as migrações.

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© Gerardo Santos / Global Imagens

Lusa
22/05/2024 20:29 ‧ 22/05/2024 por Lusa

Política

Bloco de Esquerda

Um total de 400 mil casos de imigrantes com processos de regularizar "é um número gigantesco" que "não se resolve sem medidas extraordinárias", afirmou o líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, aos jornalistas, no final de uma reunião com o ministro da Presidência, António Leitão Amaro.

Segundo o deputado bloquista, a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), criada em outubro de 2023, é uma instituição que tem uma filosofia correta", mas "está a funcionar mal" e "não responde às necessidades dos imigrantes", como foi exemplo o recente envio de uma notificação para que, quem apresentou uma manifestação de interesse, pagasse antecipadamente o agendamento.

O "envio de 200 mil notificações do dia para a noite" há duas semanas, "pelos vistos sem conhecimento da tutela", acabou por "instalar o pânico" entre os imigrantes, disse Fabian Figueiredo.

Na reunião, o BE entregou um documento em que pede uma "estrutura de missão, que proceda a` recuperação de todas as pendências de processos de regularização da situação jurídica de imigrantes" até ao final do ano, bem como "a atribuição automática do título de residência a quem tenha 12 meses de descontos na Segurança Social".

Em paralelo, o BE pede a prorrogação dos documentos expirados, uma melhoria do sistema de atendimento remoto, rever os requisitos e agilizar o processo de pedido de reagrupamento familiar e reforçar os recursos humanos para todos os trabalhadores da AIMA.

"Os trabalhadores imigrantes auferem remunerações globalmente mais baixas do que o total de trabalhadores do país, têm vínculos mais precários, encontram-se mais expostos a acidentes de trabalho mortais e não mortais, acedem menos à proteção social a que teriam direito" e a sua regularização "é a melhor forma de os proteger contra os abusos de que são vítima" e "impedir a exploração e escravidão do século XXI".

Para o BE "o maior problema da imigração não é a entrada irregular de imigrantes, é o facto de o Estado não os regularizar num prazo razoável", criando uma situação em que muitos "têm menos direitos e estão mais sujeitos à exploração laboral".

Segundo o BE, a "decisão de extinguir o SEF e criar uma agência para as migrações foi a correta: a polícia tem de tratar da parte policial, como o combate às redes que exploram imigrantes; a AIMA tem de tratar da parte administrativa, como a regularização dos imigrantes".

"Infelizmente o seu processo de implementação tem sido acidentado e está a funcionar mal", afirmou Fabian Figueiredo.

No documento, o BE alerta que tem existido "problemas na transição das competências", com casos de "duplicação de processos" e perda de informações, a que se soma a falta de recurso humanos na AIMA ou atrasos adicionais dos pedidos de reagrupamento familiar.

No plano da habitação, o BE propôs um acordo tripartido entre o poder central, as autarquias e as empresas empregadoras para encontrar soluções de residência para os imigrantes.

Leia Também: BE agenda debate potestativo de propostas sobre habitação para 22 de maio

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