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"É preciso reformular a Presidência e o Conselho de Estado"

Prestes a completar 92 anos, Adriano Moreira mantém o seu espírito crítico e analítico de tudo o que se passa – e passou – em Portugal e no mundo. Em entrevista ao jornal i, o antigo ministro do Ultramar confessa que falta um “líder” e que “é preciso reformular a Presidência da República e o Conselho de Estado”.

"É preciso reformular a Presidência e o Conselho de Estado"
Notícias ao Minuto

08:11 - 26/07/14 por Notícias Ao Minuto

Política Adriano Moreira

Sem se querer alongar em juízos particulares sobre partidos, Adriano Moreira diz que o CDS, “em Portugal, é um partido pequeno, sempre foi pequeno”. Em entrevista ao i, o antigo governante destaca a importância da democracia-cristã na Europa mas confessa que, de momento, apenas é representada por Angela Merkel, “que acha que é democrata-cristã”.

Sobre a coligação atual, Adriano Moreira volta a escusar-se em comentários sobre “a vida concreta” dos partidos e contorna a questão com o apelo a uma “reforma constitucional”, uma vez que, defende, “o mundo português não é o mundo em que se faz a Constituição”.

“Talvez a chamada reforma do Estado tenha mais problemas do que cortar gorduras. E está a conduzir o país para uma situação que traduzo nesta frase, que não é minha: a miséria está a expulsar a pobreza”, destaca o antigo ministro do Ultramar.

Para Adriano Moreira, tal reforma implica “reformular a Presidência da República e o Conselho de Estado”. “Um Presidente da República tem de ser visto e reconhecido como supremo magistrado da nação. Para isso é preciso que tenha capacidade de intervir”, destaca.

Além disso, o democrata-cristão critica ainda o facto de Cavaco Silva ter um “conselho privativo, que é o Conselho de Estado”. Aqui, garante que não tem “objeções a que lá estejam representados institucionais ou antigos chefes de Estado”, mas diz que “não têm nenhuma necessidade de lá estar os representantes dos partidos, que [Cavaco] pode ouvir quando quiser”.

Ao i, Adriano Moreira realça ainda que “um dos piores vícios [do sistema] é a promiscuidade entre o poder político e poder económico”. “Basta ver a composição dos governos e das administrações dos últimos 30 anos para verificar que há uma situação que não é admissível”, frisa.

“Nenhum responsável político pode entrar ao serviço de empresas que tenham estado no raio de ação da área de poder a que pertenceu”, explica.

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