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PGR "deveria ser convidada a demitir-se por Marcelo ou pelo Governo"

Ana Gomes pede a demissão de Lucília Gago, dizendo, contudo, não ter "esperança" em como vá acontecer.

PGR "deveria ser convidada a demitir-se por Marcelo ou pelo Governo"
Notícias ao Minuto

08:23 - 22/04/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política Operação Influencer

Para Ana Gomes, a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa sobre os recursos do Ministério Público e dos arguidos Vítor Escária e Diogo Lacerda Machado, no âmbito da Operação Influencer, "é um arraso da investigação", acrescentando que Lucília Gago devia ser "convidada a demitir-se". 

"A decisão do Tribunal da Relação é um arraso da investigação. São três desembargadores que dizem que relativamente aos elementos que foram carreados pelo Ministério Público, não veem indícios de nada, nem de suspeitas sobre António Costa. E mesmo em relação a João Galamba, que foi objeto de devassa ao longo de 4 anos de escutas", afirmou no seu comentário semanal, na SIC Notícias. 

Ana Gomes frisa ainda que, "há uma investigação que ainda prossegue", mantendo "as críticas relativamente a António Costa ter escolhido aquele chefe de gabinete, aquele que tinha lá o dinheiro na estante, ou dar poder àquele amigo pouco recomendável". Contudo, "isso é lateral à questão que agora foi clara por parte do Ministério Público".

A diplomata aposentada relembra a ironia de ter sido António Costa a nomear a atual procuradora-geral da República, Lucília Gago, que considera que se devia demitir. 

"Quem tem de dar a cara é a Procuradora-Geral da República, que é suposto ser o topo da hierarquia. Mas não só não comunica como não exerce a autoridade. Ela não faz nada disso e até se declarou inimputável quando disse que não se sentis responsável. É evidente que é responsável", considera ainda, acrescentando que Lucília Gago "deveria ser convidada a demitir-se por Marcelo ou pelo Governo".

"Mas não tenho esperança nenhuma que o faça, ou que essas entidades o façam", acrescenta. Por fim, Ana Gomes defende uma "reforma da justiça".

"Cada vez mais os cidadãos vêm que há uma Justiça para ricos e outra para pobres", assevera. 

Recorde-se que a Operação Influencer levou à detenção de Vítor Escária, chefe de gabinete de António Costa, assim como do advogado, consultor e amigo do ex-primeiro-ministro Diogo Lacerda Machado, dos administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e ainda do presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, que o juiz colocou em liberdade após interrogatório judicial.

Além destes, há outros quatro arguidos no processo, incluindo o ex-ministro das Infraestruturas João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado, antigo secretário de Estado da Justiça e ex-porta-voz do Partido Socialista (PS) João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.

O processo está relacionado com a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e com o projeto de construção de um centro de dados na zona industrial e logística de Sines pela Start Campus. António Costa surgiu associado a este caso e foi alvo da abertura de um inquérito no Ministério Público junto do STJ, situação que o levou a pedir a demissão e à realização de eleições antecipadas, no dia 10 de março.

Ainda assim, em fevereiro, o juiz da Operação Influencer considerou contraditória e vaga a tese do Ministério Público de que os arguidos Diogo Lacerda Machado e Vitor Escária tentaram pressionar António Costa para aprovação de um decreto-lei favorável à sociedade Start Campus, argumentação constante da resposta do magistrado Nuno Dias Costa ao recurso do Ministério Público de contestação às medidas de coação, nenhuma das quais privativa de liberdade.

Agora, na passada quarta-feira, o Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou o recurso do Ministério Público no processo da Operação Influencer, reduziu as medidas de coação dos arguidos a termo de identidade e residência e entendeu não existirem indícios de crimes.

Leia Também: Marques Mendes questiona PGR: "Não vai pedir a demissão?"

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