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PCP defende que quem não rejeitar programa "dele fica aprisionado"

O secretário-geral do PCP defendeu hoje que quem não rejeitar o programa do XXIV Governo Constitucional, "dele fica aprisionado", considerando que só se pode esperar deste executivo "retrocesso e mais exploração".

PCP defende que quem não rejeitar programa "dele fica aprisionado"
Notícias ao Minuto

10:47 - 12/04/24 por Lusa

Política Governo

"O programa do Governo que aqui discutimos não deixa dúvidas e sobre ele exige-se clareza. Não se pode ficar a meio da ponte: ou se rejeita, ou dele se fica aprisionado", declarou Paulo Raimundo no encerramento do debate do programa do XXIV Governo Constitucional, numa alusão à moção de rejeição ao documento apresentada pelo PCP.

O líder comunista considerou que, "se ainda havia dúvidas sobre um Governo que procura já justificações para não cumprir o que ainda há dias prometeu a vários setores de trabalhadores, o debate em torno do seu programa foi esclarecedor".

"Ficou claro que, da ação do Governo, só se esperar aquilo que verdadeiramente o inspira: retrocesso e mais exploração", defendeu.

Paulo Raimundo sublinhou que, durante o debate parlamentar, que começou na quinta-feira, "ficou à vista de todos que, para lá das manobras e aparentes divergências, PSD, CDS, Chega e IL estão unidos nesse caminho e nas políticas expressas no programa do Governo."

"Queremos reafirmar que não contam com o PCP para alimentar falsas polémicas, para, a coberto do acessório, disfarçar medidas ao serviço dos grupos económicos e financeiros, os tais que se acham donos disto tudo, os reais beneficiários da política de direita e desde já do programa e das medidas anunciadas pelo Governo", afirmou.

Raimundo frisou que o PCP rejeita o programa do Governo "porque não resolve nenhum problema e se propõe agravá-los".

"É o programa da lei dos despejos, que opta por ainda mais dinheiro público à banca e manter o drama de milhares e milhares de pessoas que todos os dias optam entre aguentar a sua casa ou sofrer brutais restrições", frisou.

É o programa, prosseguiu, "das parcerias público-privadas rodoviárias, as tais que consomem por ano mais de mil milhões de euros públicos, e que prepara novas parcerias público-privadas e mais privatizações, esse terreno fértil da corrupção".

"Um programa onde tudo é negócio: a educação, os direitos dos pais e das crianças, a velhice, as reformas, a doença ou a natureza", defendeu, acrescentando que também "faz suas as vontades da CIP e outras grandes confederações patronais".

O secretário-geral do PCP salientou que "cresce a economia, a produtividade, o aumento do custo de vida, os lucros" e "só os salários é que continuam a ser dos mais baixos da Europa".

"O que é urgente é uma redistribuição mais justa da riqueza, mas não é só sobre aquela que será criada, é também sobre a riqueza que já foi criada, essa que está concentrada nas mãos de 10% dos mais ricos do país", sustentou, apelando ainda a que se aumente o salário mínimo nacional para os mil euros já este ano.

Sobre as medidas para os jovens, Raimundo também considerou que não vale a pena o Governo "encher o peito com a juventude", considerando que, para garantir perspetiva de futuro às gerações mais novas, são necessários "mais salários, pôr fim à precariedade, garantir o direito à habitação, com medidas que se reflitam já nas suas vidas e não nos lucros da banca".

"A tudo isto, o Governo responde com injustiça fiscal. Redução do IVA do gás, telecomunicações e eletricidade, que favorecem os trabalhadores e os reformados? Não! A receita que apresenta é redução do IRC e mais benefícios fiscais para as grandes empresas", criticou.

O líder comunista afirmou ainda que este é também o programa de Governo "da entrega da TAP a uma multinacional estrangeira, de comprometimento do investimento, de ameaças de desmantelamento e vontade expressa de privatização de serviços públicos, de mais ataque aos direitos, de mais precariedade, de baixos salários, de aperto para a maioria e mãos largas para uns poucos".

"Da parte do PCP, a opção é clara: damos firme combate ao Governo e o seu programa só pode ter a rejeição do PCP", declarou.

[Notícia atualizada às 11h03]

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