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Ideias de Passos? "Moralistas, paternalistas e, sobretudo, desumanas"

As palavras são do ex-vice-presidente do Partido Social Democrata (PSD), André Coelho Lima, que comentou as ideias defendidas por Pedro Passos Coelho durante a apresentação do livro 'Identidade e Família'.

Ideias de Passos? "Moralistas, paternalistas e, sobretudo, desumanas"
Notícias ao Minuto

15:52 - 09/04/24 por Notícias ao Minuto

Política André Coelho Lima

O ex-vice-presidente do Partido Social Democrata (PSD), André Coelho Lima, comentou, esta terça-feira, as declarações do ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, durante a apresentação do livro 'Identidade e Família', afirmando que o partido "não se sente nem pode sentir representado por opiniões que andem absolutamente arredias" dos princípios que "são fundacionais além de fundamentais" no PSD.

"É impossível silenciar face ao que tem estado no topo do debate. Desde logo para me demarcar em absoluto de visões que, mais do que desajustadas temporalmente, são sobretudo desajustadas face à visão de sociedade que tenho e por que luto: inclusiva, integracionista, respeitadora das diferenças, numa palavra, humanista", começou por referir André Coelho Lima, numa partilha na rede social X.

Por outro lado, o antigo dirigente do PSD quis deixar ainda "claro que um partido que tem inscritos nos seus princípios o humanismo, o personalismo, a tolerância, o direito à diferença, a autodeterminação da pessoa humana, a igualdade de oportunidades, não se sente nem pode sentir representado por opiniões que andem absolutamente arredias destes princípios que neste partido são fundacionais além de fundamentais".

"Por último: tenho visto debater-se a liberdade que as pessoas têm para defender estas suas convicções. Naturalmente. Era só o que faltava que assim não fosse! Liberdade essa que é exatamente a mesma que qualquer pessoa tem de defender o regresso à escravatura (que orgulhosamente fomos dos primeiros a abolir em 1869), à pena de morte (o mesmo mas em 1867), ou a retirada do direito de voto às mulheres (afinal é um direito que ainda nem 50 anos de "tradição" tem...) por que as sufragistas tanto combateram, em vão, no dealbar da República", continuou.

Para concluir, André Coelho Lima reiterou que "esta liberdade de expressão que obviamente todas as pessoas têm para defender esta visão de sociedade" é a mesma que o antigo dirigente social-democrata diz ter para se "demarcar em absoluto" da visão de Passos Coelho e de qualificar as suas opiniões de "moralistas, paternalistas e, sobretudo, desumanas".

Recorde-se que, na apresentação do livro 'Identidade e Família', que aconteceu esta segunda-feira, Passos Coelho disse que estava "satisfeito" com a presença de André Ventura, a quem desejou um bom mandato. Ventura, por seu turno, descreveu a sua intervenção como "brilhante".

O antigo primeiro-ministro defendeu que tem de haver uma capacidade de as pessoas "se entenderem coletivamente" e avisou que não se pode dizer aos eleitores que se tem "muito respeito pelas suas preocupações", mas não pela escolha que fizeram nas urnas.

"Isso é um bocadinho um insulto às pessoas, não podemos dizer 'estou muito preocupado com os seus anseios, mas se fizer esta escolha, daqui não leva nada, se fizer aquela escolha, comigo não fala'", afirmou.

Sem explicitar os destinatários, mas numa aparente referência a PSD e Chega, o antigo primeiro-ministro disse que "quando há identidades firmadas" não há que ter medo de os espaços políticos "se diluírem ou confundirem entre si".

"É fundamental olhar para as pessoas que ficaram desiludidas nestes anos (...) e que deram um sinal muito claro nas últimas eleições de que estão cansadas disso. É bom que todos aqueles que receberam um sinal de confiança muito forte para pôr fim a isso que ponham realmente fim a isso e que deem às pessoas razões para acreditar que vale a pena fazer um jogo diferente", disse.

Leia Também: "Brilhante" ou "assustador"? A apresentação de Passos do livro polémico

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