"Ouvimos o presidente do PSD durante a campanha eleitoral a garantir que o PSD quereria recuperar o tempo de serviço dos professores, garantir o subsídio de risco às forças de segurança, mas também valorizar os profissionais de saúde, os oficiais de justiça, alterar as regras do Complemento Solidário para Idosos", disse, em declarações aos jornalistas no parlamento, o líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo.
No entanto, de acordo com o dirigente bloquista, no discurso da tomada de posse do Governo houve um "notório silêncio" de Luís Montenegro sobre estas matérias, que "hoje também se verificou na conferência de imprensa do ministro da Presidência", considerando que "o PSD tem arrastado estas matérias" depois das promessas que fez em campanha eleitoral.
"O BE tem registado o silêncio do agora primeiro-ministro, os comentários em relação ao excedente orçamental, qualquer ausência a este assunto na conferência de imprensa do ministro Leitão Amaro. Mostra, sobretudo, uma mudança de tom e de motivação", referiu.
Segundo Fabian Figueiredo, "durante a campanha eleitoral, PSD e CDS garantiam que era altura de virar a página" e, "desde que assumiram funções governativas, têm-se escusado a falar sobre esse assunto".
"O Bloco de Esquerda assim que tiver oportunidade agendará as suas iniciativas legislativas para que a Assembleia da República vire a página e garanta a paz nas escolas, que se valorize os profissionais de saúde e que se garante estabilidade na justiça. O Bloco não deixará que o PSD e o CDS fujam às suas promessas", anunciou.
O objetivo do BE é "garantir que, nos primeiros dias de mandato da Assembleia da República, as promessas que tiveram um amplo consenso na campanha eleitoral se verificam em iniciativa legislativa e que se vire essa página na Assembleia da República".
"Nós não permitiremos que PSD e CDS continuem a arrastar este assunto com a barriga", sublinhou, recordando que o Bloco "logo no primeiro dia entregou iniciativas legislativas para garantir que o que foi prometido é cumprido".
Fabian Figueiredo apontou que, ao contrário do silêncio sobre estas promessas, "não foi preciso haver secretários de Estado para Luís Montenegro garantir que querem baixar os impostos à banca".
"Da mesma forma que anunciou que quer baixar o imposto às empresas milionárias do país podia ter garantido e dar uma palavra tranquilizadora aos professores, aos médicos, aos enfermeiros, aos oficiais de justiça, às forças de segurança que vai cumprir com o que prometeu na campanha eleitoral", comparou.
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