Aborto na Constituição? "Não me parece que tenhamos essa necessidade"

O líder da Aliança Democrática (AD), Luís Montenegro, em entrevista à RTP3, foi questionado sobre se estaria disponível para apoiar uma proposta como a que foi votada na segunda-feira em França.

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Inês Frade Freire
05/03/2024 22:19 ‧ 05/03/2024 por Inês Frade Freire

Política

Luís Montenegro

O líder da Aliança Democrática (AD), Luís Montenegro, afirmou, esta terça-feira, que se for primeiro-ministro não vai alterar nenhum enquadramento legal na questão do aborto, considerando, no entanto, que não há necessidade de votação para consagrar o direito na Constituição como aconteceu em França

Em entrevista à RTP3, Montenegro garantiu que não haverá qualquer obstáculo ao acesso das mulheres a este direito. "Posso [garantir] sim senhora, é um compromisso de honra meu. Não vamos alterar nenhum enquadramento legal na questão do aborto. O que nos queremos é salvaguardar a saúde das mulheres portuguesas e conferir-lhes todo o acompanhamento para elas tomarem uma decisão que tem que se enquadrar na lei relativamente à maternidade", frisou.

Por sua vez, quando questionado sobre se estaria disponível para apoiar uma proposta como a que foi votada na segunda-feira em França, o líder da AD respondeu: "Não me parece que tenhamos essa necessidade, francamente".

E quanto à imigração?

Face à 'associação' feita por Passos Coelho entre imigração e insegurança em Portugal, Luís Montenegro esclareceu que "a imigração é uma das áreas fundamentais para uma sociedade competitiva, onde haja recursos humanos para o país ser mais capaz de criar riqueza e a poder distribuir". "Nós devemos ter uma política que não é nem de portas escancaradas nem de portas fechadas à chave", acrescentou. 

No entanto, defendeu que isso "significa que devemos regular a imigração, saber o tipo e perfil de pessoas que precisamos no mercado de trabalho e haver uma politica mais direcionada para as famílias e não tanto para os progenitores masculinos das famílias que muitas vezes vêm sozinhos".

"Quando estas regras não existem ou não são bem implementadas, abre-se a porta para que alguns imigrantes sejam alvo de um aproveitamento inaceitável e indigno em redes de trafico e venham para cá com uma mão à frente e outra atrás", frisou.

Acordo entre AD e Chega?

Após André Ventura ter reiterado esta semana que haverá um acordo entre o Chega e a AD após as eleições legislativas do dia 10 de março, o líder da AD afirmou que "as palavras de André Ventura não têm explicação".

"Ao ouvir aquilo que diz André Ventura, eu sinto um acréscimo de responsabilidade porque cada vez mais sinto que há muitos eleitores que eram potenciais eleitores que eram potenciais eleitores quer do Chega quer do Partido Socialista que não se reveem nesta campanha que traz casos, traz polémicas, em vez de trazer propostas, equipas, soluções para os seus reais problemas", sublinhou.

De recordar que mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar no domingo para eleger 230 deputados à Assembleia da República.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.

Leia Também: "Não participo no recreio". Acordos pós-eleitorais marcaram o 10.º dia

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