Em entrevista à RTP emitida esta noite, André Ventura disse que os partidos de direita têm de dizer se estão disponíveis para "criar um entendimento" caso alcancem maioria nas eleições legislativas com vista a formar um governo estável.
Ventura indicou que há dirigentes do PSD que "se têm feito ouvir" publicamente, lançando os nomes de Pedro Passos Coelho, Miguel Relvas, Ângelo Correia e Rui Gomes da Silva.
À chegada a um jantar/comício em Portalegre, o presidente do Chega foi questionado se estes sociais-democratas lhe transmitiram esta posição diretamente e respondeu que não.
"O que eu disse hoje numa entrevista à RTP foi que alguma destas pessoas, inclusivamente já várias figuras importantes do PSD, disseram que Luís Montenegro tinha de encontrar uma solução", afirmou.
Instando a indicar quem lhe transmitiu essa informação, o líder do Chega escusou-se a fazê-lo: "Se não disse na altura, não vou dizer agora".
"É a evidência de que o PSD não deixará, quando eu chamei as forças vivas, e alguns até já o disseram publicamente, não deixará que o PS governe por causa de um capricho de Luís Montenegro".
Ventura disse saber "que as forças vivas [do PSD] afastarão" o presidente social-democrata caso haja maioria de direita e não aceite um entendimento de governo com o Chega.
Para o deputado, "não há mais nenhuma" solução possível que permita um "governo estável" a não ser um entendimento entre PSD e Chega, uma vez que "o PSD fará o que tiver que fazer".
O líder do Chega afirmou também que "ninguém é tão irresponsável que pense que aprova um orçamento sem qualquer conversação".
"Ou Montenegro volta com as palavras atrás ou não teremos um governo estável", defendeu.
André Ventura disse também ter indicação por parte do Presidente da República de que "não obstaculizaria uma solução com o Chega".
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