A linguagem desportiva foi trazida para dentro das quatro linhas da campanha às eleições legislativas por António Costa, o primeiro-ministro cessante, que no sábado se juntou à caravana do Partido Socialista (PS) no Porto.
Logo no início do seu discurso, no comício que decorreu no pavilhão Rosa Mota, o líder do Executivo criticou a forma como a presente legislatura foi interrompida, dizendo que o atual Governo só deveria ser avaliado dentro de dois anos.
"Para aqueles como Pedro Nuno Santos que é portista, estamos naquela situação em que o jogo com o Santa Clara tinha acabado aos 40 minutos" com os açorianos ainda a vencerem o FC Porto, comparou.
Uma imagem que serviu para António Costa transmitir a seguinte mensagem a propósito da decisão do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de convocar eleições antecipadas: "Em vez de nos deixarem chegar aos 90 minutos para sermos avaliados, interromperam o jogo aos 40 minutos".
"Mas, mesmo aos 40 minutos, vamos ganhar as eleições", assegurou, recebendo uma prolongada ovação.
O primeiro-ministro lamentou hoje que a ação do Governo tenha sido interrompida a meio do mandato, como um aluno sujeito a exame antes de terminar o segundo período, mas afirmou acreditar que o PS vai ganhar as eleições.
Lusa | 20:57 - 02/03/2024
O 'pontapé de partida' estava dado e as respostas não tardaram. A campanha da Aliança Democrática (AD) fez uso, este domingo, da linguagem clubística para responder ao PS e atirar farpas a Costa, lembrando que foi ele quem apresentou a demissão.
O autarca do PSD Fernando Ruas e o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, responderam ao ainda primeiro-ministro num comício da AD no Expocenter, em Viseu, afirmando que foi ele quem "saiu do campo" e acusando-o de ter começado o jogo com "uma rasteira ao Seguro".
"No futebol também se diz que quem ganha o campeonato é quem faz mais pontos. Não é quem se alia aos últimos da tabela para derrubar o Governo, não é assim", afirmou Fernando Ruas, lembrando que Costa formou Governo em 2015, apesar de ter ficado em segundo lugar nas legislativas.
"Só se esqueceu que também no futebol não se deve passar rasteiras. E foi aí que ele começou, começou com uma rasteira ao Seguro" e depois quis ganhar o jogo quando o perdeu, disse ainda o presidente da Câmara Municipal de Viseu.
Em noite de jogo entre Futebol Clube do Porto e Sport Lisboa e Benfica, o vice-presidente do PSD, António Leitão Amaro, também utilizou uma metáfora desportiva ou militar, mas tendo alvo o atual secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos: "Um Governo não é um campo de treino para os incompetentes".
O presidente do CDS-PP, por sua vez, responsabilizou António Costa pelo fim da legislatura, salientando que foi ele quem apresentou a demissão.
"O jogo acabou porque o doutor António Costa pegou na bola, levou a equipa toda do lado, saiu do campo e pela porta pequena. Foi por isso que o jogo acabou, porque ninguém lhe pediu para sair. Ninguém lhe pediu para sair", apontou.
Nuno Melo vincou que o antigo secretário-geral do PS "tinha uma maioria absoluta, tinha os meios, os instrumentos" e "podia fazer o que quisesse", mas ainda assim o Governo caiu. "Um Governo de maioria absoluta caiu de podre, caiu porque a equipa do doutor António Costa já não conseguia marcar mais golos. E foi essa a razão", sustentou.
O presidente do CDS-PP optou depois por outra imagem: "O jogo acabou porque o treinador não prestava. E é preciso uma chicotada psicológica", que - garante - chegará a 10 de março.
O autarca do PSD Fernando Ruas e o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, responderam hoje a António Costa, afirmando que foi ele quem "saiu do campo" e acusando-o de ter começado o jogo com "uma rasteira ao Seguro".
Lusa | 19:51 - 03/03/2024
Mais tarde, chegaria a resposta de Luís Montenegro, que manteve as analogias, mas recusou estar para "os jogos das políticas".
No mesmo comício, em Viseu, líder do PSD garantiu que "a verdadeira etapa" do seu plano político começa no dia seguinte às eleições, e insistiu que não se vai distrair com "pequenos episódios".
"Nós viemos para dar felicidade a cada ser humano e a cada português, entretenham-se outros com aquilo que é acessório", disse, numa intervenção em que nunca se referiu ao seu principal adversário político, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.
O presidente do PSD afirmou hoje que "a verdadeira etapa" do seu plano político começa no dia seguinte às eleições, e insistiu que não se vai distrair com "pequenos episódios" nem veio para "os jogos das políticas".
Lusa | 20:01 - 03/03/2024
Durante a tarde, foi a vez da antiga coordenadora do Bloco de Esquerda Catarina Martins responder ao discurso da véspera do ainda primeiro-ministro, e à ideia de que o jogo foi interrompido antes do fim. "Quem não sabia há já um ano que havia uma degradação acelerada (...) O jogo começou a acabar no momento em que houve uma maioria absoluta", criticou.
A antiga líder do BE pediu "força da Esquerda para abanar o barco", num discurso com vários recados ao PS, e avisou que em muitos distritos "ou elege o Bloco ou não elege a Esquerda".
A antiga líder do BE Catarina Martins pediu hoje "força da Esquerda para abanar o barco", num discurso com vários recados ao PS, e avisou que em muitos distritos "ou elege o Bloco ou não elege a Esquerda".
Lusa | 18:14 - 03/03/2024
Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.
A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.
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