Programa da AD "é o desrespeito pelo Estado social", diz Marina Gonçalves

A cabeça de lista do PS por Viana do Castelo, Marina Gonçalves, considerou hoje que o programa da Aliança Democrática é de "desrespeito pelo Estado social" e criticou os "fantasmas do passado" que têm participado nos seus comícios.

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Lusa
03/03/2024 23:28 ‧ 03/03/2024 por Lusa

Política

Eleições

Num discurso no teatro Sá de Miranda, em Viana do Castelo, a também ministra da Habitação defendeu que os projetos da AD e do PS "não são iguais" e pediu que não se esqueça "do que foram as respostas em tempos de crise do PS e da AD".

Marina Gonçalves sustentou que o projeto do PS é um projeto de futuro, que fala de temas como o SNS, a escola pública ou a habitação, ao contrário da direita que, segundo disse, quer fazer um "debate dizendo que tudo está mal" e não quer ver "o investimento sem precedentes que se fez em áreas estruturantes".

"Este é o programa que nos apresentam em alternativa: é o desrespeito pelo Estado social, é garantir que alguns poderão aceder a esta resposta, mas nem toda a população pode aceder a essa resposta. Esta é a diferença do projeto que nós apresentamos: é de todos para todos", sustentou.

A candidata sublinhou que a memória não é curta, e acrescentou que "ainda bem que para a AD também não é", porque é por isso mesmo que trouxe "muitos fantasmas do passado" para a sua campanha, que decidiram defender "com orgulho o que se fez".

Salientando que a AD irá certamente argumentar que as decisões que tomou no passado foram "fruto das circunstâncias ou de opções que não eram deles", Marina Gonçalves contrapôs, contudo, que já quando o PS era Governo, em 2016, o PSD opôs-se ao aumento do salário mínimo, considerando que iria "aumentar o desemprego".

"Também ouvíamos este mesmo PSD dizer que não podíamos aumentar salários, pensões, esta é a memória que nós não devemos mesmo esquecer, e a AD faz questão de nos lembrar que o projeto é mesmo diferente daquele que nós apresentamos: esse não é o nosso projeto", defendeu.

A nível local, Marina Gonçalves criticou o cabeça de lista da AD por Viana do Castelo, o antigo ministro da Defesa Aguiar Branco, acusando-o de ter orgulho de ter privatizado os estaleiros navais de Viana do Castelo por "opção ideológica", salientando que isso teve um "prejuízo económico e social para a região".

"Hoje apresenta-se aqui não como conhecedor do território, mas com esta conquista que na verdade é uma mancha daquele que é um ativo estratégico para este concelho e distrito", criticou.

Esta crítica foi igualmente feita pelo presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Luís Nobre, que acusou Aguiar Branco de ter "humilhado durante dois anos mais de 600 trabalhadores" dos estaleiros navais.

"O que o Governo da AD fez pelos estaleiros navais foi zero. O PS sim, criou as condições para que uma entidade, a Marinha Portuguesa, olhasse para os nossos estaleiros, pudesse estabelecer com eles um contrato que permite a construção seis navios e um investimento superior a 30 milhões. A AD dedicou 30 milhões para as indemnizações dos despedimentos", comparou.

Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura e da distrital de Viana do Castelo do PS, Vítor Paulo Pereira, acusou a AD de estar tão "obcecada com a maledicência, que muitas vezes dizem aquilo que não devem dizer, e cometem muitos erros", adotando uma citação de Napoleão Bonaparte para dizer que, "quando os adversários cometem erros, não é sensato interrompê-los".

"Eu sei que isto pode ser duro, mas a AD abandonou a social-democracia e está por isso desprogramada. E como está desprogramada nem consegue arrancar e, quando arranca, dá erro. Parece um computador infetado pelo vírus do liberalismo e está sempre a desligar-se", disse, provocando risos na sala.

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