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CDU defende mais apoios à agricultura e condena "ditadura da distribuição"

O secretário-geral do PCP defendeu hoje, em Santarém, a atribuição de mais apoios à produção agrícola, criticando as opções da Política Agrícola Comum (PAC) e a "ditadura da grande distribuição" identificada nos grupos Jerónimo Martins e Sonae.

CDU defende mais apoios à agricultura e condena "ditadura da distribuição"
Notícias ao Minuto

22:52 - 02/03/24 por Lusa

Política Eleições

"Que se invista na agricultura e nos agricultores e não no agronegócio. Que se acabe com o escândalo do apoio da PAC, canalizado para as mãos de grandes agrários, esses 7% que ficam com 70% de todos os apoios que vêm da União Europeia, ao mesmo tempo que aos restantes agricultores sobra a diminuição do rendimento. Ao mesmo tempo que Jerónimo Martins e Sonae acumularam mil milhões de euros de lucro", afirmou Paulo Raimundo.

No segundo comício de hoje, depois da intervenção da tarde realizada ainda em Beja, o líder comunista dedicou parte do seu discurso desta noite na Casa do Campino, em Santarém, à agricultura, uma área com forte peso no distrito, e através da qual enalteceu os recentes protestos dos agricultores. Nesse sentido, assinalou que o setor agrícola e o país têm de enfrentar o poder do setor da distribuição alimentar.

"O país, a agricultura, os agricultores e cada um de nós não tem futuro enquanto não se enfrentar com coragem essa autêntica ditadura da grande distribuição, essa autêntica ditadura que esmaga os pequenos agricultores, esmaga a produção, esmaga cada um de nós cada vez que temos de ir ao supermercado. Sem enfrentar isto de frente não há alternativa no nosso país, não há alternativa para a agricultura", frisou.

Considerando que a CDU é "a única possibilidade" dos agricultores para assegurar "a produção e o escoamento dos seus produtos", Paulo Raimundo reivindicou uma maior proteção à produção nacional e a redução das importações alimentares.

"Temos de voltar a produzir o que já produzimos e passámos a importar. Não precisamos de apoios para deixar de produzir, precisamos é de apoios à produção para reduzir a dependência externa e responder às necessidades do povo. Produzir mais para dever menos, produzir mais para criar emprego, produzir mais para dinamizar a agricultura, a indústria, a base científica e tecnológica, produzir mais para diminuir a dependência externa", adiantou.

Para o líder da CDU, as questões da produção agrícola estão interligadas com a soberania nacional, ao notar que o aumento da produção assenta, no seu entender, em "vontade política" para alterar o atual contexto.

Acrescentou também que "Portugal tem de se abrir mais e diversificar as suas relações" comerciais, deixando de estar sujeito a outros "interesses que não os interesses do país".

Também presente nesta iniciativa de campanha esteve o cabeça de lista distrital, Bernardino Soares, que enalteceu a "campanha feita à moda da CDU" e os contactos no terreno, onde assegurou não ter encontrado ninguém que soubesse os nomes de deputados eleitos em 2022 pelo distrito ribatejano.

"Com a CDU mais forte é que nada ficará na mesma. O voto na CDU vale duas vezes: para derrotar a direita e para exigir as medidas justas para o nosso povo", realçou o antigo líder parlamentar comunista, defendendo planos distritais para combater a precariedade, de promoção do transporte público, de melhoria das acessibilidades, de apoio à agricultura, de reforço dos serviços de saúde e de valorização do ambiente, do património e da cultura.

Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.

[Notícia atualizada às 23h38]

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