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Troika? "Não temos de pedir desculpa" mas "ter orgulho no que fizemos"

O antigo presidente da Comissão Europeia Durão Barroso defendeu hoje que o PSD e o CDS-PP não têm de pedir desculpa, mas ter orgulho no que fizeram no Governo "com sentido patriótico" no período da "troika".

Troika? "Não temos de pedir desculpa" mas "ter orgulho no que fizemos"
Notícias ao Minuto

23:18 - 01/03/24 por Lusa

Política Durão Barroso

O antigo líder do PSD juntou-se à campanha da AD (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM) num comício em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro, num auditório com 1.400 lugares sentados.

Durão Barroso invocou a sua experiência como presidente da Comissão Europeia para recordar esse período entre 2011 e 2014.

"É preciso lembrar como fomos para lá e como saímos. Quem pôs Portugal na situação de bancarrota foi o Governo do PS, depois houve um programa de ajustamento dificílimo, e o Governo de José Sócrates foi substituído pelo de Pedro Passos Coelho", sublinhou.

O antigo primeiro-ministro lembrou que Portugal conseguiu sair desse programa único em três anos, quando a Grécia demorou oito e teve três programas.

"Em Portugal houve coragem de enfrentar um problema que não tinha sido criado pelo PSD, mas foi o PSD com o CDS que o conseguiu resolver", referiu.

Numa passagem da sua intervenção aplaudida de pé, Durão Barroso acrescentou: "Nós não temos de pedir desculpa por esse período, nós temos de ter orgulho nesse período pelo que fizemos com sentido patriótico", salientou.

O antigo governante deixou na sexta-feira à noite fortes críticas à governação socialista e até justificou o seu regresso a campanhas eleitorais com o "momento particularmente delicado" que se vive em Portugal, na Europa e no mundo.

"Em Portugal -- hoje já ninguém desmente -- temos uma crise generalizada na saúde, educação e habitação", disse, referindo que a revista "The Economist" aponta Portugal como "o país mais pobre da Europa Ocidental" e com um problema de fuga de cérebros de jovens.

Durão Barroso considerou que "a causa deste atraso é económica" e afirmou que Portugal tem vindo a cair na classificação dos países europeus em termos de riqueza por habitante.

"Este é o balanço real da governação socialista, é este o problema económico que temos de resolver, sem desenvolvimento não podemos ter as condições de saúde ou de educação que queremos para os nossos filhos e para os nossos netos", disse, avisando que, a manter-se o atual ritmo de crescimento, o país "levaria 45 anos a convergir com a média europeia".

Durão Barroso confessou ficar espantado e até indignado "como pode o atual Governo estar contente com estes resultados".

"É verdade que o PS não tem uma grande tradição na economia, mas nunca pensei que pudessem estar satisfeitos com este ritmo que nos condena ao subdesenvolvimento e empobrecimento europeu", afirmou.

Repetindo um argumento já utilizado na sexta-feira num artigo no semanário "Nascer do Sol", Durão Barroso alertou para os perigos de PCP e BE poderem vir a ter uma maior força negocial do que no período da chamada "geringonça".

"Se, por fatalidade que acredito que não acontecerá, em Portugal houvesse um novo Governo do PS, seria o governo mais à esquerda desde o período revolucionário em Portugal, que não desenvolveria Portugal como merece ser desenvolvido", disse.

O cabeça de lista por Aveiro, Emídio Sousa, -- que suspendeu o mandato de presidente da Câmara de Santa Maria da Feira -- centrou as suas críticas no líder do PS, Pedro Nuno Santos, que foi até assobiado pelo auditório do Europarque.

"Anda a dizer que vai acabar com as portagens do interior e da via do infante, mas sobre Aveiro, que está cercada de portagens, zero", lamentou.

Em 2022, o PSD elegeu sete dos 16 deputados do círculo, o PS oito e o Chega um.

Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.

[Notícia atualizada às 07h40 de 2/03/2024]

Leia Também: CE. Von der Leyen foi "excelente presidente" em oposição a Durão Barroso

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