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Mortágua apela ao voto dos que foram "enganados pela maioria absoluta"

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, apelou hoje ao voto dos que foram "enganados pela maioria absoluta" do PS e avisou para aquilo que caracterizou como "a história de um arrependimento" que representa o voto útil.

Mortágua apela ao voto dos que foram "enganados pela maioria absoluta"
Notícias ao Minuto

23:35 - 28/02/24 por Lusa

Política Bloco de Esquerda

No dia em que o BE assinala 25 anos desde a sua fundação, em 1999, Mariana Mortágua encerrou o comício em Torres Novas, Santarém, com um discurso em torno das vitórias ao longo destas duas décadas e meia de história dos bloquistas, concluindo com um apelo ao voto a um eleitorado muito concreto.

"Foi sempre, ao longo de 25 anos, o voto no Bloco que abriu caminhos à esquerda e é isso que muda a vida das pessoas. Temos tantas vitórias para o provar. Às mulheres, aos homens que foram enganados pela maioria absoluta eu apelo ao voto no Bloco de Esquerda para que haja força para fazer o que nunca foi feito", pediu.

A líder bloquista pediu às pessoas que esta noite se juntaram na Praça do Peixe "para levar este apelo ao povo".

"É já daqui a poucos dias que vamos vencer a direita, é daqui a poucos dias que faremos do Bloco a grande força determinante para um novo Abril", enfatizou.

Retomando o discurso do fundador do BE Fernando Rosas, feito na véspera no comício em Almada, Mortágua lembrou a "velha conversa do voto útil" que, caso fosse um livro, teria como título "a história de um arrependimento".

Depois de passar pelos governos de José Sócrates e de Passos Coelho, a líder do BE chegou a 2022 e ao regresso da "mesma chantagem do voto útil" que terminou com a maioria absoluta de António Costa cuja demissão levou a estas eleições antecipadas.

"Depois de tudo, depois desses dois anos, o Governo demitiu-se. Teve todo o poder, toda a arrogância, o rei na barriga, e demitiu-se perante um país envergonhado que acumula crise atrás de crise e envergonhado por tantos escândalos", criticou.

Foi neste momento que a coordenadora do BE se dirigiu "a quem sabe o que se passou e não quer que se repita", mas também "a quem quer políticas consistentes e não uma política de favores" e compromissos com o SNS, educação, habitação, transportes públicos, impostos justos e "compromissos contra a corrupção e contra o abuso".

Em jeito de celebração, Mortágua fez um périplo pelas "grandes vitórias do BE", tendo uma das paragens mais demoradas sido no período na geringonça, durante o qual o programa de Governo "não foi o programa do PS", mas sim "imposto ao PS", sendo essas as vitórias da esquerda.

Depois de elencar as medidas da esquerda conquistadas nesse período, a coordenadora do BE -- que tinha 13 anos quando o partido nasceu -- passou para as conquistas do partido quando estava na oposição.

A despenalização do consumo de drogas foi o primeiro marco assinalado por Mariana Mortágua, uma conquista que os bloquistas não fizeram sozinhos, fazendo questão de lembrar o papel do então Presidente da República Jorge Sampaio e do na altura presidente da Assembleia da República Almeida Santos.

A segunda das vitórias que Mortágua escolheu para esta noite foi a "da igualdade e do respeito", referindo que "primeiro sozinho e depois em alianças com outros partidos" foi possível mudar o estatuto legal das pessoas LGBT.

Avisando que quem fosse ver os debates desse período ficaria espantado "com o conservadorismo quase medieval" em algumas das bancadas da direita, a líder do BE deixou um aviso: "não permitimos que se imponha nenhuma boçalidade, não permitimos que se instale a cultura do ódio".

A destas vitórias que o BE reclama foi a lei do aborto, tema que hoje esteve na campanha e que até foi motivo para que Mariana Mortágua recebesse uma prenda à chegada ao comício: um cartaz do BE do período da campanha pelo sim no referendo.

"Manuel Pizarro sai como um ministro que ofendeu os direitos das mulheres ao não permitir um aborto seguro. Recusamos a hipocrisia daqueles que reconhecem os méritos desta lei, mas nada faz para assegurar que o SNS cumpre a lei", condenou.

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