O antigo eurodeputado Vital Moreira comentou, esta terça-feira, o estudo 'A realidade demográfica e laboral dos professores do ensino público em Portugal 2016/2017 - 2020/2021', que revelou que todos os dias faltam, em média, onze mil docentes nas escolas.
"É um escândalo esta elevadíssima falta de assiduidade dos professores do ensino público, que deixa milhares de alunos sem aulas e sem aproveitamento e que vai minando a confiança na escola pública", afirmou Vital Moreira, no seu blogue Causa Nossa.
O antigo eurodeputado foi taxativo, afirmando que "é evidente que nada de semelhante se passa nas escolas privadas". "A uma cultura de irresponsabilidade profissional no setor público, soma-se uma gritante carência de ética de serviço público", acrescentou ainda.
Segundo Vital Moreira, "enquanto a falta de assiduidade não for devidamente penalizada na avaliação de desempenho profissional, a situação só pode piorar".
"Infelizmente, não há nenhuma razão para alimentar qualquer esperança. Os sindicatos assobiam para o ar; os partidos de esquerda não ousam criticar os professores, por razões ideológicas; os partidos de direita, não o fazem por interesse, porque quanto pior se tornar a escola pública, melhor para os seus velhos planos de privatização do ensino", considerou.
O ex-eurodeputado, "enquanto esta conspiração de silêncio político continuar, não há margem para nenhum otimismo".
De recordar que uma equipa de investigadores do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa analisou o absentismo entre a classe docente ao longo de cinco anos e concluiu que, em média, os professores do ensino básico e secundário faltam "cerca de dois milhões de dia por ano", contou à Lusa a coordenadora do estudo, Isabel Flores.
Em média, 11 mil docentes faltam diariamente ao trabalho e essa ausência significa que, todos os dias, cinco mil turmas são afetadas pela falta de, pelo menos, um professor, segundo o estudo 'A realidade demográfica e laboral dos professores do ensino público em Portugal 2016/2017 -- 2020/2021'.
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