Cordeiro não entrará nas listas do PS, mas "colaborará" com Pedro Nuno

Em causa estão as suspeitas relacionadas com a Operação Influencer.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Notícias ao Minuto
20/01/2024 21:28 ‧ 20/01/2024 por Notícias ao Minuto

Política

PS

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, não pretende integrar as listas do Partido Socialista (PS) para as eleições legislativas do dia 10 de março, alegadamente devido às suspeitas que recaem sobre si no que diz respeito à Operação Influencer, avançou o jornal Público, na sexta-feira. Este sábado, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, escusou-se a comentar as razões que levaram o seu número dois a afastar-se da vida política, mas apontou que o governante colaborará na campanha eleitoral.

"Conto com o Duarte para me ajudar. Ele aceitou, felizmente, ser membro do secretariado nacional e, pelo menos, nessa qualidade vai colaborar com o partido dele, e comigo", adiantou Pedro Nuno Santos, à saída de um encontro com personalidades da Saúde, para preparar o programa eleitoral.

O socialista escusou-se a comentar as razões pelas quais o ministro do Ambiente e da Ação Climática decidiu sair das listas do PS mas, de acordo com o Público, está em causa o processo da Operação Influencer. É que, recorde-se, o aquele Ministério foi alvo de buscas durante dois dias, tendo Cordeiro sido citado nos autos como tendo participado em reuniões e jantares com, por exemplo, o administrador da Start Campus, que foi detido em novembro.

"Aquilo que posso dizer é que gostaria muito de contar com o Duarte Cordeiro para muita coisa; está mais nas mãos dele do que nas minhas, sinceramente, porque tenho uma grande admiração e gratidão para com o Duarte Cordeiro - acho que tem o partido todo", disse, quando questionado quanto a um eventual cargo no seu Executivo.

E realçou: "É um grande amigo meu, há muitos anos. Tem estado e está ao meu lado, a ajudar, mas tem sido sempre, em todas as funções que ocupou, um grande político, e é um grande ministro do Ambiente."

Sublinhe-se que a Operação Influencer levou às detenções do chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, do advogado e consultor Diogo Lacerda Machado, dos administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e do presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, a 7 de novembro. São ainda arguidos no caso o ex-ministro das Infraestruturas João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado João Tiago Silveira e a Start Campus.

O processo foi, entretanto, separado em três inquéritos, relacionados com a construção de um centro de dados na zona industrial e logística de Sines pela sociedade Start Campus, a exploração de lítio em Montalegre e de Boticas (ambos distrito de Vila Real), e a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines.

António Costa, que surgiu associado a este caso, foi alvo da abertura de um inquérito no MP junto do Supremo Tribunal de Justiça, situação que o levou a pedir a demissão, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a marcar eleições antecipadas para 10 de março.

[Notícia atualizada às 21h45]

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