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Maló de Abreu foi "obrigado" a ir para o Chega, mas está "tranquilo"

O antigo social-democrata esclareceu os motivos pelos quais decidiu, afinal, alistar-se ao partido de extrema-direita.

Maló de Abreu foi "obrigado" a ir para o Chega, mas está "tranquilo"
Notícias ao Minuto

19:06 - 20/01/24 por Notícias ao Minuto

Política Maló de Abreu

O antigo social-democrata António Maló de Abreu esclareceu, este sábado, que o convite para se juntar ao partido de extrema-direita Chega ocorreu na sexta-feira, "às 13h30". Depois de, inicialmente, ter negado que se alistaria ao coletivo de André Ventura, o ex-membro da direção de Rui Rio no Partido Social Democrata (PSD) justificou que ter sido "obrigado" a tomar esta decisão, já que os sociais-democratas colocaram "lama na ventoinha" e no seu nome.

"Temos um antes do dia 11 e um depois do dia 11. Em boa verdade, não tinha nenhum convite, nem pensei em ir para o Chega, de maneira nenhuma. Quanto tomei a minha decisão, e tomei em consciência, pensava ter acabado a minha vida política. A política para mim não é um tacho", começou por esclarecer, em declarações à CNN Portugal.

Mas, segundo Maló de Abreu, os acontecimentos dos "últimos dias" determinaram que repensasse a sua situação política.

"Logo nesse dia, puseram lama na ventoinha e colaram-me imediatamente ao Chega. Aliás, o convite do Chega tem a ver com isso. Nos últimos dias, ocorreu um conjunto variado de circunstâncias que me obrigam a tomar esta decisão. A primeira, para mim muito forte, foi tentarem enlamear o meu nome nesse dia", atirou.

Ainda assim, o principal motivo prendeu-se com as listas apresentadas na segunda-feira pelo PSD, já que, na sua ótica, "houve um saneamento absoluto das pessoas mais competentes e que estavam no Parlamento".

"Mais: houve uma humilhação de muitas pessoas, que eram cabeças de lista. [...] Não se pode pôr um cabeça de lista em 28.º sem lhe perguntar", disse, apontando ainda que "o PSD concretizou aquilo que nunca" esperou que acontecesse.

"A lista fora da Europa tem uma pessoa de Viseu em primeiro lugar, uma pessoa que vive no Algarve em terceiro, e tem um militante do Partido dos Trabalhadores, de Lula da Silva, que andou com Dilma Rousseff, em segundo lugar. Os votantes do PSD no Brasil e no mundo identificam-se com uma lista quem tem segundo lugar um partidário do Partido dos Trabalhadores do Brasil?", questionou.

"Não vou integrar Chega". Maló de Abreu quer diminuir força do PS lá fora

Confrontado com as suas declarações no mesmo canal, no qual assumiu que diria um "rotundo não" a convites do Chega, Maló de Abreu admitiu que as circunstâncias poderão dar a entender que a sua palavra vale pouco.

"É isso que estão a tentar fazer. Mas sabe o seguinte? Quando me deito, penso sempre se honrei a memória dos meus pais e durmo tranquilo se o fiz. Os meus pais eram emigrantes, o meu avô era emigrante, eu fui emigrante. Quando acordo, peço para não fazer nada que possa ser criticável por parte das minhas duas filhas e, portanto, estou absolutamente tranquilo com o que disse e com a decisão que tomo hoje", assegurou.

Indicando ser "absolutamente liberal", Maló de Abreu disse ser contra várias propostas do Chega, entre elas a castração química e a prisão perpétua, tendo esclarecido que não o convidaram para ser militante.

"Não me convidaram para ser militante do Chega. Não vou integrar o Chega, nem podia integrar. Vou ser o cabeça de lista de fora da Europa", disse, alegadamente para "diminuir a força do Partido Socialista" no exterior e "retirar um candidato" socialista.

O ex-social-democrata ressalvou que a "gota de água" foram as declarações do líder do CDS, Nuno Melo, quando à possibilidade de viabilizar um eventual Governo minoritário do PS com uma maioria de direita no Parlamento. Contudo, o político democrata-cristão esclareceu, também este sábado, que a Aliança Democrática (AD), composta por aquele partido conservador, pelo Partido Social Democrata (PSD) e pelo Partido Popular Monárquico (PPM) "não viabilizará um governo de Esquerda, qualquer que seja".

Ainda assim, Maló de Abreu considerou que "Nuno Melo disse aquilo que pensa". "Retratou-se e fez bem em retratar-se, porque é profundamente lamentável, em termos de política nacional, que a Direita viabilize um governo minoritário do PS", complementou.

[Notícia atualizada às 19h53]

Leia Também: André Ventura confirma ex-PSD Maló de Abreu como candidato pelo Chega

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