A líder parlamentar do Partido Comunista Português (PCP), Paula Santos, reagiu, esta quarta-feira, às noticias que dão conta da compra de ações dos CTT por parte da Parpública, afirmando que "a posição do PCP sempre foi muito clara, o PCP sempre defendeu a reversão da privatização dos CTT".
"Nós defendemos o controlo público dos CTT porque consideramos que esta era a solução para assegurar a resposta adequada de serviço público postal às populações. A aquisição de ações da empresa CTT não foi a resposta adequada àquilo que é a necessidade e àquilo que se impunha", afirmou Paula Santos, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.
Segundo a líder parlamentar do partido, "ainda no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2021, o PCP apresentou uma proposta concreta da reversão da privatização e do controlo público da empresa CTT, que foi rejeitada".
Paula Santos afirmou ainda que o partido foi informado da compra de ações dos CTT pela Parpública, decisão que os comunistas não consideraram relevante, dizendo que "o que se impunha era o controlo público" dos correios. "Foi-nos dada essa informação, mas como referimos, nunca considerámos relevante, nem nunca considerámos que correspondesse aquilo que é necessário", denotou Paula Santos.
"Independentemente de certas declarações que foram proferidas por membros do Partido Socialista [PS], a verdade é que o Partido Socialista nunca teve verdadeiramente vontade de assegurar o controlo público dos CTT", atirou Paula Santos.
A líder parlamentar do PCP afirmou hoje que o partido foi informado da compra de ações dos CTT pela Parpública, decisão que os comunistas não consideraram relevante, dizendo que "o que se impunha era o controlo público" dos correios.
De recordar que o Jornal Económico noticiou, esta quarta-feira, que a Parpública comprou ações dos CTT por ordem do Governo e que a 'holding' do setor empresarial do Estado mantém participação "secreta" nos CTT, que nunca foi comunicada ao mercado, nem referida nos relatórios anuais.
Segundo o jornal, a compra teve lugar após exigências do Bloco para viabilizar o Orçamento do Estado para 2021.
Já o jornal ECO acrescentou que a Parpública tem uma "posição residual" de cerca de 0,25% no capital dos CTT, que corresponderá a menos de 380 mil ações.
Em novembro de 2020, o líder parlamentar do PS, João Paulo Correia, disse àquele jornal que o PS estava a negociar com o PCP o controlo público dos Correios.
Os CTT foram privatizados entre 2013 e 2014 pela governação PSD/CDS-PP em período de assistência financeira externa a Portugal.
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