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Marta Temido na CML? "Excelente" (e PNS terá "muito gosto" em debates)

O socialista Pedro Nuno Santos falou mais uma vez da TAP, mas também do regresso da Aliança Democrática ou mesmo de futuras câmaras socialistas - com ex-governantes a assumirem esses cargos, nomeadamente, na Câmara Municipal de Lisboa (CML).

Marta Temido na CML? "Excelente" (e PNS terá "muito gosto" em debates)
Notícias ao Minuto

22:19 - 27/12/23 por Teresa Banha

Política Pedro Nuno Santos

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, assegurou, esta quarta-feira, numa entrevista transmitida pela SIC Notícias, que tem "muita vontade" de debater com Luís Montenegro e André Ventura e reconheceu que Marta Temido seria uma "excelente" candidata a Lisboa.

Numa conversa onde explicou que sempre gostou "muito de política", o novo secretário-geral do PS apontou que a vontade de intervenção e de combate às desigualdades foi o que sempre o motivou.

"Quis sempre intervir e quando a oportunidade surgiu agarrei-a - aliás, lutei por ela", notou, em declarações à SIC Notícias.

Um dos temas que não faltou na entrevista, foi, sem surpresa, a TAP. "Eu salvei a TAP. A TAP era uma empresa com muitos problemas, que quando se dá a pandemia tinha os seus aviões no chão. Nos dois anos anteriores à pandemia tinha dado prejuízo com uma gestão privada. Os trabalhadores perdiam o emprego se não tivéssemos intervencionado a empresa - que ninguém se engane sobre isso".

"Tínhamos uma empresa que se não fosse intervencionada, fechava e todos os trabalhadores da empresa perdiam o seu emprego", reforçou, acrescentando que sob a sua gestão o Governo deixou a TAP a dar lucro. "Que era uma coisa que a empresa não conhecia", detalhou.

Pedro Nuno Santos apontou ainda que o Estado não deveria abdicar da maioria do capital na empresa portuguesa. O socialista referiu que deveria ser aberto capital a grupos privados, mas que a maioria deveria ficar nas mãos do Estado. "Sempre disse isso antes desta crise e mantenho essa posição", reforçou, reconhecendo que é preciso fazer um esforço para que isso aconteça.

Confrontado com as críticas do Partido Social Democrata (PSD) à empresa, nas quais os sociais-democratas apontam que a TAP "só dá problemas", Pedro Nuno Santos foi assertivo: "O PSD tem como único projeto em matéria de empresa pública e do Estado privatizar. E é por isso que nós hoje temos empresas como a ANA, privatizada, e estamos a discutir se o contrato de concessão é bom ou não no que diz respeito à decisão sobre o aeroporto".

E o aeroporto?

Aproveitada esta 'escala' até a um dos assuntos mais fraturantes dos últimos anos - a nova localização do aeroporto -, Pedro Nuno Santos afirmou que quem decide onde este vai 'aterrar' "é o povo português, através dos seus representantes, não é nenhuma empresa privada".

Pedindo um debate rigoroso sobre o assunto, Nuno Santos afirmou que a decisão será tomada a partir do relatório da comissão Técnica Independente. "Não quero fechar aqui a decisão porque neste momento o relatório está em discussão pública, mas posso-lhe dar a segurança de que vamos partir da Comissão Técnica Independente", garantiu, respondendo que se "houver condições" de partilhar uma decisão antes das legislativas com os portugueses, o fará.

"Há uma coisa que os portugueses sabem que podem contar comigo: decisão. Não vamos fazer nenhum grupo de trabalho em cima da Comissão Técnica Independente para se decidir a localização do aeroporto", apontou, numa crítica ao PSD, que quer criar um grupo de trabalho, acrescentando: "Não vamos estudar novamente aquilo que foi estudado durante 50 anos".

Só vamos tomar posse lá para o final do mês de março, e nessa altura só temos é de estar a pensar no próximo [orçamento]

Questionado sobre se o Orçamento para o próximo ano será uma das suas 'bandeiras',  secretário-geral do PS explicou que a sua bandeira é "toda uma legislatura que pretende ajudar Portugal a avançar e a melhorar as nossas vidas".

"O Orçamento do Estado para 2024 é um orçamento que foi aprovado. Nós só vamos tomar posse lá para o final do mês de março, e nessa altura só temos é de estar a pensar no próximo [orçamento]", indicou.

Pedro Nuno Santos referiu ainda que é preciso encontrar uma solução que ao mesmo tempo que respeita a Administração Pública, permita a um eventual Governo respeitar as metas orçamentais.

Questionado sobre se o "grande resultado" que procura é uma maioria - ou se essa pode ser prejudicial -, o sucessor de António Costa na liderança socialista disse que as coisas não se deveriam colocar "nesses termos". "O que é para mim óbvio é que o Partido Socialista precisa de ter um bom resultado porque só isso permitirá que possamos ter um Governo com estabilidade política", considerou.

Debates com PSD e Chega? "Terei muito gosto"; AD? "Não traz nenhuma força nova à Direita"

Estamos no Natal e convém lembrar que uma das primeiras medidas que um governo PSD-CDS apresentou, em 2011, mesmo cortar 50% do subsídio de Natal.

Perante a aterragem da Aliança Democrática (AD) nas próximas legislativas, o dirigente confessou não estar "muito preocupado" com a situação. "Estamos a falar de um projeto do passado, com pessoas do passado e, provavelmente, com as mesmas políticas do passado", acusou, exemplificando mesmo com 'viagens ao passado'.

"Estamos no Natal e convém lembrar que uma das primeiras medidas que um governo PSD-CDS apresentou, em 2011, mesmo cortar 50% do subsídio de Natal. Essa memória os portugueses têm-na e esta coligação não traz nenhuma força nova à Direita. Aliás, o CDS nem tem representação parlamentar. Não conseguiram a aliança que queriam com a Iniciativa Liberal", sublinhou.

De regresso às diretas que deram a Pedro Nuno Santos a liderança do PS, este referiu que a situação era diferente quando rejeitou debates com José Luís Carneiro, dado que este era "um camarada" seu; em março será diferente. "Agora temos uma campanha com os adversários do Partido Socialista. É óbvio que teremos debates", notou. E nesta viagem de eventuais debates, foram apontados pela SIC Notícias dois nomes - Luís Montenegro e André Ventura - e a questão sobre qual deles apresentaria maior 'turbulência' foi colocada em cima da mesa. "Não receio nenhum dos dois. Terei muito gosto e vontade em fazer esses debates. Acho que vão ser muito importantes para a campanha", considerou.

Apesar de o líder do PSD, Luís Montenegro, já ter negado qualquer eventual coligação com o Chega, Pedro Nuno Santos afirmou que o discurso socialista não se iria esquecer do "problema" que o Chega era para "a democracia". "Vamos ter os problemas do país no nosso discurso. Não vamos é deixar de referir que, obviamente, um entendimento entre o PSD e o Chega é uma coisa muito mais real do que o líder do PSD tende a fazer crer. É a prática do PSD - foi assim nos Açores. A credibilidade não é grande. Nunca vimos o líder do PSD a criticar a solução governativa dos Açores. Nunca", insistiu.

Marta Temido na CML? "Excelente"

Num panorama mais local, Pedro Nuno Santos foi questionado sobre uma eventual vitória nas legislativas - e consequentes mudanças nas autarquias. Confrontando com a possibilidade de a ex-ministra da Saúde Marta Temido poder vir a estar na autarquia lisboeta, o socialista considerou que "Marta temido é alguém que deixou uma boa imagem junto dos portugueses". "Acho que seria uma excelente candidata à Câmara Municipal de Lisboa", apontou.

Questionado sobre se o seu adversário na corrida à liderança do PS, José Luís Carneiro, seria um bom ativo no Porto, Nuno Santos explicou que não era esta a fase atual. Temos de conversar os dois sobre a melhor forma de ele poder colaborar com o Partido Socialista, com o projeto do PS, com a certeza de que o Partido Socialista sempre foi capaz de se unir e isso não será diferente desta vez", garantiu.

O socialista ainda foi questionado sobre eventuais ministros - como Medina nas Finanças, ou Mariana Mortágua na mesma pasta, e ainda Paulo Raimundo no PCP, mas o dirigente reforçou que não era altura de discutir governos, e nem colocar outros partidos nesta 'viagem'.

[Notícia atualizada às 23h24 ]

Leia Também: PNS pensava concorrer à liderança do PS "para 2026". "Mas a vida é assim"

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