O deputado único e líder do Livre, Rui Tavares, respondeu na madrugada desta quarta-feira a um comentário da deputada do Bloco de Esquerda Joana Mortágua, que o tinha acusado, no X (antigo Twitter), de "ir tomar café à embaixada israelita para participar numa ação de propaganda e posar com um diplomata que ataca a ONU, António Guterres e se opõe a qualquer cessar-fogo".
"A Joana poderia ter-me perguntado diretamente e escusava de divulgar mentiras, pois esteve num debate da Assembleia da República agendado pelo Livre, que aprovou resoluções de reconhecimento da Palestina e cessar-fogo em Gaza — isso sim o mais importante, mas o sectarismo às vezes fala mais alto", respondeu Tavares na mesma rede social.
Rui Tavares continuou ainda a resposta, assegurando que não foi "à embaixada de Israel a uma ação de propaganda". "Recebi na Assembleia da República o irmão de um refém, que não vê o filho de dois anos há 74 dias e cuja mulher foi assassinada. Como já reuni com refugiados palestinianos, sarauís ou apátridas, como é dever de qualquer deputado", retorquiu.
A pessoa em questão é Michael Levy, o irmão de um dos israelitas feitos reféns pelo Hamas no ataque de 7 de outubro, chamado Or Levy. Segundo o jornal Expresso, e o próprio Rui Tavares, Or iniciou o processo de obtenção de nacionalidade portuguesa.
"Vale lembrar que o dito refém já tinha pedido nacionalidade portuguesa, e que a conclusão do processo pode ajudar a salvar-lhe a vida. Tal como pedimos hoje cessar-fogo em Gaza, e reunimos com o embaixador da Palestina previamente. Salvar vidas deve passar à frente da partidarite", concluiu o deputado do Livre.
A Joana poderia ter-me perguntado diretamente e escusava de divulgar mentiras, pois esteve num debate da AR agendado pelo LIVRE, q aprovou resoluções de reconhecimento da Palestina e cessar-fogo em Gaza — isso sim o mais importante, mas o sectarismo às vezes fala mais alto. https://t.co/uUw8et8siL
— rui tavares (@ruitavares) December 20, 2023
Michael Levy, que participou num encontro onde esteve presente o embaixador de Israel em Portugal, e que fez parte da comitiva de familiares de reféns que esteve reunida com o Papa a 22 de novembro, veio a Portugal para apelar ao Governo português e à comunicação social para que "façam alguma coisa para pressionar o Catar a ajudar na libertação dos reféns", conforme assegurou em entrevista ao Expresso.
Esteve reunido com Rui Tavares e com Tiago Moreira de Sá (Partido Social-Democrata).
[Notícia atualizada às 11h27]
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