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De "impreparado" a "herói"? O que se disse do novo líder do PS

Pedro Nuno Santos é o senhor que se segue a António Costa. Eis o que se disse após ser conhecida a sua eleição como secretário-geral do PS e consequente discurso.

De "impreparado" a "herói"?  O que se disse do novo líder do PS
Notícias ao Minuto

08:22 - 18/12/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política PS

Depois de semanas agitadas, o Partido Socialista (PS) conheceu, finalmente, este fim de semana, o seu novo líder. Pedro Nuno Santos foi eleito secretário-geral do PS com 62% dos votos, em eleições diretas que disputou com José Luís Carneiro e Daniel Adrião. 

O seu primeiro discurso na liderança foi feito no sábado à noite e as críticas da oposição, nomeadamente por parte do Partido Social Democrata (PSD), não se fizeram esperar. Este domingo, e já depois de se encontrar com António Costa para a passagem de pasta, Pedro Nuno Santos considerou que não é "o líder do PS que a Direita gostava de ter" e disse querer dar início "a uma nova fase, um novo ciclo", com um projeto "de continuidade, mas, sobretudo, de mudança". 

Mas, afinal, o que se disse ao longo dos últimos dias?

Montenegro acusa PNS de querer surgir de "cara lavada" após "ilusões"

O líder do PSD pronunciou-se no domingo com duras críticas ao novo secretário-geral do PS, que acusou de pretender surgir de "cara lavada", após fazer parte de um Executivo que, durante oito anos, tentou "vender" ilusões aos portugueses.

Assumindo desejar que "o PS possa preparar-se para vir para a campanha eleitoral discutir o futuro de Portugal", ao invés de permanecer "amarrado ao que foi uma trajetória que só trouxe empobrecimento ao país e que, manifestamente, os portugueses não desejam ver renovada", o social-democrata assegurou estar "preparadíssimo" para o frente a frente com o recém-eleito líder dos socialistas que, durante o seu longo discurso de vitória, atirou várias farpas ao PSD, ao mesmo tempo que prometeu combater a Direita.

"Estou preparadíssimo. Agora, não deixo de notar que esse discurso é um discurso que não diz nada às pessoas. Andar aqui com o papão da Direita para trás ou o papão de que vem aí alguém que deseja fazer mal às pessoas é uma narrativa política inconsequente para a vida das pessoas. Não dá mais casas aos jovens, não baixa impostos às empresas e às pessoas que trabalham, não dá melhores cuidados de saúde, não põe professores nas escolas", disse Montenegro, em declarações à imprensa.

Ventura considera que PNS está "impreparado" para ser primeiro-ministro

Também o presidente do Chega se pronunciou e considerou que o novo líder socialista está "totalmente impreparado para ser primeiro-ministro", acusando-o de hipocrisia por não pedir desculpa pelos governos a que pertenceu e de seguidismo em relação a António Costa.

"O que ouvimos [sábado] por parte de Pedro Nuno Santos, para além de um discurso mal conseguido, é uma intervenção muito pouco conseguida, uma impreparação absoluta, uma tentativa de trazer uma espécie de lista de mercearia para apresentar aos portugueses, procurando apanhar todo o tipo de eleitorados de forma absolutamente inconsistente e de forma absolutamente eleitoralista e sem qualquer linha de preparação e de trabalho efetivo", comentou o líder do Chega, em declarações aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa.

Moedas questiona ideias de Pedro Nuno Santos face à "estagnação do país"

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, questionou quais são as ideias na do novo secretário-geral do PS face à estagnação que o país vive devido aos oito anos de governação socialista.

"Qualquer novo líder vem com força, mas quais são as ideias desse líder? O que é que ele, na prática, vai fazer? O que é que o PS tem a oferecer nesta altura, depois de tantos anos? O que é que vai oferecer aos cidadãos?", questionou Carlos Moedas, em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita à festa de natal da Comunidade Vida e Paz.

O também dirigente social-democrata considerou que "as pessoas veem muito essa energia de alguns políticos, mas depois não é seguida por ações".

"Se ganhar as eleições, Pedro Nuno Santos será um herói"

Luís Marques Mendes considerou, no seu espaço de comentário, na SIC, que a vitória de Pedro Nuno Santos na corrida à liderança do PS é "previsível mas também uma grande vitória".

Para o antigo líder do PSD é uma vitória assente essencialmente em dois fatores, sendo que o primeiro é "o carisma". 

"Goste-se ou não se goste de Pedro Nuno Santos, a verdade é que ele é um político carismático. Tudo o que ele diz, não deixa, de um modo geral, ninguém indiferente", afirmou. A segunda razão é o trabalho partidário: "Pedro Nuno Santos anda há muitos anos a preparar a sua candidatura à liderança do PS".

Para o comentador, nos grandes partidos as lideranças preparam-se com anos de antecedência e com trabalho  "muitas vezes invisível". Quanto aos discurso, foi "previsível" e feito dos argumentos que já disseram na campanha. 

"Começou a pensar na candidatura há um mês e mesmo assim tem quase 38%. Ele foi corajoso na candidatura. Surpreendeu pelos apoios e pelo resultado e esteve bem durante a campanha", ponderou Luís Marques Mendes. 

E, acrescentou: "Esta é uma situação privilegiada para Pedro Nuno Santos. Se ganhar as eleições em 10 de março, é um herói".

O que disse Costa?

Após a reunião com Pedro Nuno Santos, António Costa afirmou que o seu sucessor tem mais experiência do que o líder da oposição e deixou a garantia de que não será uma "sombra" do partido.

O primeiro-ministro demissionário afirmou ainda que se colocou "ao dispor, como militante do PS, para aquilo que for útil para o futuro" do partido e do país.

Reconhecendo que o PS "teve momentos bons e teve momentos menos bons", António Costa considerou que o partido vai "fazer mais e melhor" com Pedro Nuno Santos.

"O Pedro Nuno Santos vai ter de enfrentar eleições em pouco mais de três meses. Felizmente, é uma pessoa com uma grande experiência política, quer como dirigente partidário, quer como membro do Governo", defendeu.

E foi mais longe: "Se compararmos a experiência política [de Pedro Nuno Santos] com a experiência do líder da oposição [Luís Montenegro], percebemos a gigantesca diferença que existe quanto ao grau de preparação". "O PS está seguramente muito mais unido depois destas eleições do que o PSD ao fim de vários anos de liderança de Luís Montenegro", atirou, prometendo ainda não andar a "assombrar ninguém".

Santos Silva felicita PNS por eleição como líder de "um partido fundamental no Parlamento"

Logo após serem conhecidos os resultados, o presidente da Assembleia da República saudou Pedro Nuno Santos pela sua eleição para o cargo de secretário-geral dos socialistas, numa mensagem que considerou o PS "um partido fundamental no parlamento português".

"Saúdo o novo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos. Desejo-lhe um bom mandato à frente de um partido fundamental no Parlamento português", escreveu Augusto Santos Silva na sua conta pessoal na rede social X (antigo Twitter).

De realçar que Santos Silva declarou apoio a José Luís Carneiro.

Os militantes do PS foram chamados às urnas, entre sexta-feira e sábado, para escolher um novo líder, na sequência da demissão de António Costa. A escolha foi expressiva e Pedro Nuno Santos venceu as eleições com mais de 60% dos votos.

Na corrida ao cargo estavam também José Luís Carneiro e Daniel Adrião. O ministro da Administração Interna obteve 36% dos votos e o dirigente socialista ficou-se pelos 1%.

A candidatura de Pedro Nuno Santos elegeu também a maioria dos delegados ao Congresso do PS, 909, seguindo-se a de José Luís Carneiro, que elegeu 407, enquanto a de Daniel Adrião elegeu cinco delegados, de acordo com o presidente da Comissão Organizadora do Congresso (COC) do PS, Pedro do Carmo.

Este processo eleitoral no PS, recorde-se, foi aberto com a demissão de António Costa das funções de primeiro-ministro, em 7 de novembro, após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da Operação Influencer.

Leia Também: Pedro Nuno Santos considera que não é "o líder que a direita gostava"

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