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Novo aeroporto? "É um investimento que o país precisa há muitos anos"

Paulo Raimundo falou não só sobre o novo aeroporto, como também do caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no Santa Maria. O líder comunista abordou ainda as legislativas de março e rejeitou que o partido seja um "acessório" do PS, numa referência a uma nova geringonça.

Novo aeroporto? "É um investimento que o país precisa há muitos anos"
Notícias ao Minuto

23:01 - 05/12/23 por Carmen Guilherme

Política PCP

O líder do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo, considerou, esta terça-feira, que já se perdeu "tempo demasiado" com a escolha da localização do novo aeroporto, considerando que este é "um investimento que o país precisa há muitos anos" e elogiando que a opção Alcochete tenha sido referida como a que reúne "mais vantagens" pela comissão técnica independente.

"Acho que já perdemos tempo demasiado com esta questão do aeroporto e cada minuto que passa é mais tempo perdido. Portanto, estão criadas as condições. Primeiro haver a consulta pública, faz parte da normas, diria assim, e rapidamente avançar para essa questão", começou por dizer, numa entrevista à CNN Portugal.

"É um investimento que o país precisa há muitos anos e há investimentos que têm de se fazer hoje para ter um reembolso amanhã e este é um deles", acrescentou.

O líder comunista aproveitou ainda para lançar uma farpa à VINCI Airports. "Eu só espero é que avance e que a atual proprietária da ANA não condicione essas opções", frisou. "A ideia que tenho é que por vontade da VINCI não haveria aeroporto nenhum", atirou.

"Espero que não seja mais uma vez o privado a decidir sobre uma obra pública de grande necessidade e de grande dimensão. Faz falta a Lisboa e faz falta ao país", reiterou.

Caso das gémeas? "É preciso esclarecer rapidamente"

Na mesma entrevista, Paulo Raimundo falou também sobre o caso das gémeas luso-brasileiras tratadas em Portugal, concretamente sobre a mais recente declaração do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Interrogado sobre se ficou esclarecido, o líder do PCP considerou que o Presidente disse aquilo que entendeu sobre a matéria" e fez questão de elogiar: "Há um aspeto que temos de sobrevalorizar, foi a disponibilidade que apresentou não só para enviar todos os documentos que tinha ao seu dispor sobre a matéria, mas também disponibilizar-se para conversar e para prestar as declarações que fossem necessárias. Acho que é um aspeto importante", notou.

"Acho que é do interesse de todos, inclusive, não tenho nenhuma dúvida, do senhor Presidente, que isto rapidamente fique tudo esclarecido", acrescentou, referindo-se à situação como um "embaraço". "É preciso esclarecer rapidamente", reforçou, acrescentando que Marcelo "tomará as decisões que entender sobre essa matéria".

No entanto, Paulo Raimundo aproveitou a questão para falar de outro aspeto, sobre o facto de "estarmos confrontados" com um tratamento que custa milhões de euros e que resulta num "encaixe brutal" da indústria farmacêutica.

"Uma coisa que acho que não ajuda ninguém, neste momento em que estamos, é alimentar ilusões"

Já sobre as legislativas antecipadas de março, Paulo Raimundo admite que o partido pretende recuperar os deputados que perdeu nas últimas eleições.

"Há uma referência para a batalha que vamos travar e a referência é recuperar os deputados que perdemos nas últimas eleições", afirmou, referindo que este "não é o grande objetivo", mas uma "referência".

"Passámos de 12 para seis e nós queremos recuperar esses deputados. São deputados que farão a diferença", frisou.

O líder do PCP quis ainda "desmistificar a ideia" de que será eleito "um primeiro-ministro". "Isso não existe. O que nós vamos fazer é eleger 230 deputados. E não é indiferente o número de deputados que o PCP e a CDU tiveram na Assembleia da República, como se comprovou este últimos dois anos", disse, referindo que "deputados para defender os interesses dos grupos económicos já há muitos e demais" no Parlamento e que são necessários parlamentares "que estejam ao serviço dos trabalhadores".

Interrogado sobre Pedro Nuno Santos e sobre se este é uma boia de salvação para o PCP, Raimundo rejeitou: "Pedro Nuno Santos é um candidato à liderança do PS como José Luís Carneiro e o outro candidato [Daniel Adrião]".

"Uma coisa que acho que não ajuda ninguém, neste momento em que estamos, é alimentar ilusões", sublinhou.

Sobre se poderá vir a justificar-se uma nova geringonça, Raimundo reiterou a posição que já tinha transmitido. "O PCP não é nenhum acessório. Não é nenhuma cerejinha no bolo. Não contem com o PCP para ser um apêndice de uma política que não corresponde aos anseios do povo", rematou.

[Notícia atualizada às 23h32]

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