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Carneiro diz que PCP e BE "derrubaram Governo" em 2021 apesar de esforços

O candidato à liderança do PS José Luís Carneiro defendeu que os parceiros à esquerda decidiram "derrubar o Governo" em 2021, apesar dos esforços dos socialistas, apelando a que não se "tenham ilusões" sobre estes entendimentos após 2019.

Carneiro diz que PCP e BE "derrubaram Governo" em 2021 apesar de esforços
Notícias ao Minuto

06:54 - 01/12/23 por Lusa

Política José Luís Carneiro

Num discurso perante militantes do PS no concelho de Loures, esta quinta-feira, José Luís Carneiro recordou que, em 2015, o primeiro-ministro, António Costa, rompeu "com as amarras que impediam o diálogo" com os partidos à esquerda do PS, numa referência à constituição da 'geringonça'.

"Fizemo-lo por termos autonomia para o fazermos. (...) Mas convém que não nos iludamos: é que o alcance político desse suporte parlamentar entre 2015 e 2019 foi diferente do que se passou depois das eleições de 2019", observou.

Salientando que "é importante ter memória", Carneiro sublinhou que, após as eleições legislativas de 2019 - que o PS venceu, mas sem conquistar a maioria absoluta -, António Costa "fez tudo para encontrar um equilíbrio de soluções" com os parceiros à esquerda, "sem naturalmente colocar em causa a estabilidade e as contas certas".

Esforçou-se "para ir de encontro àquelas que eram as exigências colocadas por esse suporte político parlamentar. (...) Não valeu a pena todo esse esforço, porque os nossos parceiros com suporte político no parlamento já tinham determinado que queriam derrubar o Governo", disse, referindo-se ao chumbo, em 2021, do Orçamento do Estado para 2022.

José Luís Carneiro recuou ainda ao orçamento suplementar de 2020 - aprovado com o voto favorável do PS, abstenção do BE e voto contra do PCP e PEV -, para recordar novamente que os parceiros de esquerda quiseram "romper com a vontade de suporte" aos socialistas.

"Não [o fizeram] por quererem servir o país, mas por entenderem que estavam a perder as suas bases eleitorais. A isto chama-se sentido de oportunismo político e não de serviço ao Estado", criticou.

Neste discurso, Carneiro defendeu que os portugueses "confiam no PS como o grande partido" democrático capaz de, "com a sua autonomia estratégica", dialogar com os partidos à sua esquerda, "nomeadamente nos domínios do desenvolvimento social, das funções sociais do Estado", mas também de "construir pontes de diálogo" para enfrentar "os desafios que exigem uma visão reformista do país, da sociedade e da economia nacional".

O candidato a secretário-geral do PS considerou que o país vai ter de enfrentar "complexos desafios" no futuro, referindo que está em curso uma guerra na Ucrânia e outra no Médio Oriente, e advertindo para os "momentos de polarização graves" que se vivem em sociedades ocidentais como os Estados Unidos, o Brasil, a Argentina ou a Holanda.

"Nós não estamos imunes a esta polarização e extremismo das sociedades e há algo de que estou profundamente convicto: nós precisamos de lideranças transformacionais, mas que construam pontes e sejam capazes de fomentar o diálogo entre as forças democráticas para 'desenquistar' esta excessiva polarização e radicalização das sociedades", sustentou.

Para Carneiro, se o PS não for capaz de promover "este diálogo, esta cooperação, esta concentração, demonizando outros democratas que se encontram noutros espaços políticos", estará a contribuir para que os extremismos "ganhem espaço na vida política nacional e possam vir a ameaçar os valores democráticos".

"É disto que, do meu ponto de vista, nós estamos a falar também nesta eleição: o PS tem de ser o garante na luta contra a extrema-direita, mas na luta contra a extrema-direita pela afirmação dos seus valores democráticos, pela sua especial capacidade de construir pontes, diálogo", disse.

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