Após o presidente do Partido Social Democrata (PSP), Luís Montenegro, ter reafirmado, na terça-feira, que não vai fazer qualquer coligação com o partido Chega e que só governará se ganhar as eleições legislativas, o antigo eurodeputado Vital Moreira considerou que "palavras de políticos pouco convictos, leva-as o vento".
"De facto, não estando no horizonte nenhuma vitória com maioria parlamentar absoluta (nem sequer, ao que parece, com maioria relativa), a única via de o PSD chegar ao Governo seria através de um acordo com a demais direita parlamentar, que lhe proporcionasse a necessária parlamentar", começou por frisar, no blogue 'Causa Nossa'.
Na ótica de Vital Moreira, "tal como as coisas se apresentam à partida, essa eventual maioria parlamentar de direita, muito provavelmente só se vai conseguir com o contributo do Chega".
Apesar de apontar que foi "registada a terminante negativa do líder do PSD a tal acordo", o antigo eurodeputado assinala que "a ânsia de voltar ao poder por aquelas bandas é tal e tanta, que uma declaração pública dessas de pouco vale".
"A necessidade aguça, a imaginação, forjará uma justificação: palavras de políticos pouco convictos, leva-as o vento", atira.
Para Vital Moreira, "não pode haver dúvidas de que a hipótese de um acordo do PSD com o Chega vai ser um tema recorrente na campanha eleitoral, sobretudo suscitado pelo PS, a que Montenegro vai ter de responder".
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