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Livre diz que Portugal enfrenta "crise de regime" e não apenas política

O deputado único do Livre avisou hoje que Portugal enfrenta uma "crise de regime" e não apenas uma crise política que se resolve com eleições, considerando que o "processo orçamental está esvaziado".

Livre diz que Portugal enfrenta "crise de regime" e não apenas política
Notícias ao Minuto

21:45 - 09/11/23 por Lusa

Política Rui Tavares

"Não há como dourar a pílula: o que temos à nossa frente, quem dera que fosse apenas uma crise política que se resolvesse com eleições. É mais sério do que isso, é uma crise de regime que todos nós temos de contribuir para debelar", afirmou Rui Tavares numa primeira reação à decisão do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de dissolver o parlamento e marcar eleições legislativas antecipadas para 10 de março, na sequência da demissão apresentada pelo primeiro-ministro.

Para o deputado único do Livre, "é preciso mudar a prática política em Portugal" e também "mudar a cultura de poder".

"A maneira como nós vamos passar o ano dos 50 anos do 25 de Abril não é a comemorar o 25 de Abril, é a salvar o 25 de Abril", salientou.

Para Rui Tavares, "as eleições são o tempo dos partidos", mas perante a situação atual do país e as "as relações entre poder político, poder judiciário e comunicação social", é preciso "uma espécie de renovação cívica" da democracia que "precisa do alerta de todos e que vai muito para lá das eleições".

Sobre o `timing´ do ato eleitoral e o acautelar da aprovação do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), Rui Tavares recordou que o partido "defendeu que as eleições fossem o mais depressa possível porque neste momento, ao dia de hoje, o processo orçamental está esvaziado".

"As audições com os ministros não têm novidade nenhuma, não há nenhum ministro ou ministra que se sinta mandatado para responder às ideias que o Livre todos os dias traz para cima da mesa", disse.

No entanto, o deputado do Livre garantiu que respeita a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa, já que "também há argumentos ponderosos a favor de fechar este orçamento e tê-lo aprovado".

"Mas, na verdade, a discussão do orçamento na especialidade como nós quisemos fazer não está a acontecer", lamentou.

O primeiro-ministro, António Costa, pediu na terça-feira a demissão ao Presidente da República, que a aceitou.

António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo relacionado com negócios sobre o lítio, o hidrogénio verde e o 'data center' de Sines terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos.

Na investigação, de acordo com a Procuradoria-Geral da República, podem estar em causa os crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e tráfico de influência.

Segundo a indiciação, a que a Lusa teve acesso, o Ministério Público (MP) considera que houve intervenção do primeiro-ministro na aprovação de um diploma favorável aos interesses da empresa Start Campus, responsável pelo 'data center'.

No dia da demissão, António Costa recusou a prática "de qualquer ato ilícito ou censurável" e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça.

Leia Também: IL acusa PS de "atrasar o país" e diz que país precisa de outro orçamento

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