No encerramento do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, considerou que este é um "mau orçamento" - um documento no qual os bloquistas já anunciaram o voto contra - porque mantém os problemas no SNS, na escola pública, na habitação, na justiça ou na perda do poder de compra, além de continuar a "viragem à direita do Governo do PS",
O dirigente e deputado bloquista acusou o Governo de ter optado por pôr quem trabalha a pagar os impostos e os jovens a pagar para estudar para que se possa "poupar os grandes grupos económicos, a banca e os seus lucros milionários".
"É miserável que um partido assim se diga de esquerda porque, na verdade, está a abraçar todas as bandeiras da direita", acusou.
Na opinião de Pedro Filipe Soares, "a direita resignou à narrativa do Governo" e a "única coisa que têm para dizer é que o Governo lhes roubou as ideias", considerando que a "direita não conta para o debate do orçamento" porque o "único sentimento que apresenta é de inveja".
Sobre o anúncio de que será o ministro das Infraestruturas, João Galamba, a fazer o encerramento do debate, o líder parlamentar do BE considerou que, depois te ter passado os dois dias do debate na especialidade "sem responder" a perguntas da oposição sobre a companhia aérea, vai falar no final quando já não há hipótese de réplica, o que representa "a arrogância do PS".
Segundo Pedro Filipe Soares, o Presidente da República "tem razão em tudo o que disse no veto" ao decreto de lei do Governo que enquadra a privatização da TAP, mas foi mais longe ao considerar que o executivo de António Costa "não tem mandato" para "fazer mais este ataque ao país" uma vez que a intenção de vender aos privados não vinha no programa do Governo.
Pedro Filipe Soares recordou que António Costa, em 2014, argumentou contra a posição do PSD com o objetivo de "defender a TAP no espaço público" e agora, "sem legitimidade" vem dizer "que quer privatizar a maioria do capital contra o António Costa de 2014".
O bloquista assegurou que o partido "não se resigna ao Estado do país" e criticou aquilo que considerou ser "a desigualdade" que resulta deste orçamento, condenando que nenhum deputado do PSD, Chega ou IL tenha perguntado ao Governo porque é que vai acabar com o imposto sobre os lucros extraordinários quando a banca apresenta os lucros atuais.
O líder parlamentar bloquista reiterou as críticas ao aumento do IUC dos carros antigos, considerando que "as mentiras e a patranha" sobre este documento "teve origem no Governo" por ter dito que este aumento era "em nome da equidade fiscal".
"A tal equidade que permite não taxar os lucros extraordinários", disse.
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