Marta Temido tornou-se numa personalidade política mais conhecida dos portugueses com o seu trabalho enquanto ministra da Saúde do governo de António Costa - tendo inclusivamente estado no cargo durante a pandemia da Covid-19. Agora, além de ex-governante, é presidente da Concelhia de Lisboa do Partido Socialista (PS) e, pela primeira vez, em entrevista ao Expresso, assumiu diretamente que "gostava de ser autarca". 

Temido 'abriu o jogo' sobre as eventuais aspirações. "Sempre disse que [autarca] deve ser dos lugares mais desafiantes pela panóplia de problemas com que se confrontam e por aquilo que representam hoje as cidades em termos de mosaico de problemas sociais", asseverou ao semanário, acrescentando: "Nas cidades joga-se tudo: a transição climática, as migrações, a segurança, a educação, a saúde, a habitação... A pulsão da vida das pessoas no dia a dia é, de facto, uma dimensão que me atrai".

Questionada se a 'atração' poderá levá-la a protagonizar uma candidatura à Câmara Municipal de Lisboa, Marta Temido voltou a ser taxativa. "Se isso for importante para Lisboa e para os lisboetas sim, claramente estarei presente e não virarei costas às dificuldades e a um combate por um projeto."

Já sobre as Europeias - e a (outra) possibilidade de ser cabeça de lista do PS - a ex-ministra afirmou que "não é uma questão de preferências, nem vejo isso como um aspeto que dependa de mim". "Depende da vida, de escolhas do PS e daquilo em que for mais útil. Não quer dizer que não tenha vontade própria, será a solução que melhor servir os interesses do coletivo e da população num determinado momento", acrescentou. 

Gouveia e Melo à frente nas sondagens? "Ligações de confiança"

O Almirante Henrique Gouveia e Melo surgiu, numa sondagem, como a 'opção' mais popular entre os eleitores de Direita para assumir a Presidência da República. A sondagem do ICS/ISCTE para a SIC e Expresso deu conta que Gouveia e Melo tem 4.8 pontos (numa escala de 0 a 10 em que se calcula a probabilidade dos eleitores poderem votar numa determinada lista de candidatos), entre uma lista de 17 nomes propostos.

Quanto a este tema, Marta Temido justificou que o "fenómeno extremo" levou a que se "construíssem ligações de confiança com determinados protagonistas" - que levou a uma "popularidade ainda associada a outros atores da pandemia".

"Não deixando de ficar satisfeita com o afeto que isso implica para com todos os envolvidos, penso que temos de olhar para a capacidade de as pessoas darem resposta também a outras funções", concluiu.

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