Saúde está "no limite". IL acusa Governo de viver "fora da realidade"
O líder da IL defendeu hoje que o sistema de saúde português está "no limite" e "à beira da falência", acusando o primeiro-ministro e o ministro do setor de viverem "fora da realidade".

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Política Rui Rocha
"Estamos a chegar a um limite naquilo que é possível em termos de saúde", afirmou Rui Rocha em declarações aos jornalistas no centro de saúde de Algueirão Mem-Martins, em Sintra, naquela que é a sua quarta visita a esta unidade, onde quem não tem médico de família só pode agendar consulta no primeiro dia útil do mês.
Às 08h00, quando abriram as portas do centro de saúde, havia várias dezenas de pessoas a fazerem fila à porta, com o primeiro utente a ter chegado ao local por volta das 04h00 para ser atendido.
Rui Rocha considerou que situações como esta são "absolutamente inaceitáveis" e criticou que haja pessoas em Portugal, em 2023, que tenham de se sujeitar a "uma absoluta indignidade para encontrarem a possibilidade de marcar uma consulta".
"Aquilo a que assistimos [na saúde] é a situação que temos hoje aqui, e que temos em muitos centros de saúde ao longo do país, em que muitas urgências não funcionam, muitas grávidas são mandadas de um sítio para o outro. (...) É um sistema que está cada vez mais próximo da falência", defendeu.
O líder da IL voltou a desafiar o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, a deslocarem-se a este centro de saúde no dia 01 de novembro, para "verem a realidade com os seus próprios olhos".
"Parece que eles vivem fora da realidade, que não conhecem esta realidade e isso não é aceitável: os governantes têm de ter uma noção exata da realidade para perceberem como é que podem depois tomar medidas que as resolvam", defendeu.
Rui Rocha atribuiu responsabilidades pela situação na saúde ao Governo, referindo que, nos últimos anos, o executivo "investiu mais cinco mil milhões no Serviço Nacional de Saúde" e "os resultados são cada vez piores".
"Há obviamente um problema de gestão. Da maneira que as coisas estão, já não é possível resolver de outra maneira que não seja chamando todos a esta solução e garantindo um acesso universal à saúde sem acréscimo de custos", afirmou Rui Rocha, referindo que era essa a proposta IL no seu projeto de 'SUA Saúde', que foi chumbado no parlamento na sexta-feira.
Questionado sobre quais são os próximos passos que a IL pretende dar para responder à situação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), agora que a sua proposta foi chumbada, Rui Rocha respondeu que o seu partido é "perseverante e persistente" e está habituado a que as suas iniciativas "demorem tempo a ser aceites".
"Foi assim na TAP, é assim na redução de impostos... Mas nós sabemos que temos razão", disse.
O líder da IL afirmou assim que o seu partido vai insistir na proposta de uma nova lei de bases da saúde na próxima sessão legislativa, uma vez que "não há outra solução" e que "a capacidade instalada neste momento no SNS não é suficiente para dar acesso à saúde aos portugueses".
Os problemas de saúde "resolvem-se com a capacidade instalada no país, em que é preciso que as pessoas tenham acesso quer ao sistema público, quer privado, quer social, e que possam escolher aquele que mais lhes convém, e garantindo o Estado o financiamento e que não há custo acrescido para as pessoas", disse.
Rui Rocha referiu ainda que o seu partido vai também apresentar "medidas menos estruturais, mas importantes também" para "forçar e promover a discussão", começando desde já com a apresentação de algumas propostas na área da saúde durante o debate do Orçamento do Estado para o próximo ano.
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