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Livro? "Acontecimentos políticos dos últimos meses tiveram influência 0"

"Não foi uma ideia que me tenha surgido nos anos recentes. É uma ideia que tenho na cabeça há cerca de 20 anos, mas havia outros livros a publicar primeiro", defendeu.

Livro? "Acontecimentos políticos dos últimos meses tiveram influência 0"
Notícias ao Minuto

19:41 - 15/09/23 por Notícias ao Minuto

Política Cavaco Silva

O antigo presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, garantiu, esta sexta-feira, que o seu mais recente livro, intitulado 'O Primeiro-ministro e a arte de Governar', não foi influenciado pelos "acontecimentos políticos dos últimos oito meses".

"Sobre o livro, eu quero começar por vos explicar a razão por que decidi escrever o ensaio 'O Primeiro-ministro e arte de Governar', que constitui a parte central do livro", começou por referir, na apresentação do livro, em Lisboa.

"Comecei a escrever este ensaio em janeiro deste ano, pelo que os acontecimentos políticos dos últimos oito meses têm uma influência zero naquilo que escrevi", frisou.

O também antigo primeiro-ministro afirmou ainda que, na segunda parte do livro, quis "procurar responder à questão de como deve ser o exercício das funções do primeiro-ministro para que o governo tenha sucesso".

"Não foi uma ideia que me tenha surgido nos anos recentes. É uma ideia que tenho na cabeça há cerca de 20 anos, mas havia outros livros a publicar primeiro", frisou, acrescentando que "foi influenciado" pelas suas funções enquanto ministro das Finanças e do Plano e de primeiro-ministro, um cargo a que chegou quando tinha "pouca experiência política".

Na apresentação do livro, Cavaco Silva sublinhou ainda que "compete ao primeiro-ministro dirigir o funcionamento do Governo" e "dirigir" a sua política.

"Compete ao primeiro-ministro dirigir o funcionamento do Governo. Dirigir a política geral do Governo. Coordenar e orientar a ação de todos os ministros. Propor ao Presidente da República a nomeação e exoneração dos ministros e secretários de Estado. A Constituição diz ainda que os ministros e secretários de Estado são responsáveis perante o primeiro-ministro", frisou, acrescentando que "não surpreende que o primeiro-ministro seja visto como a voz do Governo como órgão de soberania".

O antigo Presidente da República afirmou que o que "defende no livro" sobre a "arte de governar" de um primeiro-ministro é um "ideal, que na prática é impossível ser cumprido na sua plenitude".

"Mas diria o seguinte: se um primeiro-ministro português se afastar significativamente deste ideal, será impossível o seu governo ter sucesso, sendo este, repito, definido em termos de progresso do país nas suas diferentes dimensões", ressalvou.

Cavaco Silva disse ainda que, para si, "a tarefa mais difícil enquanto primeiro-ministro" seria "a realização com sucesso de uma verdadeira remodelação ministerial, a substituição de três, quatro ou cinco ministros, de uma assentada", por ser algo que exige "sangue frio". 

"Em termos pessoais, a tarefa mais difícil para um primeiro-ministro é a realização com sucesso de uma verdadeira remodelação ministerial. Exige sangue frio, sigilo, preparação e execução meticulosas. Apanhar a comunicação social e o país político de surpresa é o ideal", sustentou.

Sublinhe-se que o livro, de 226 páginas, que inclui um ensaio original de Cavaco Silva sobre "a arte de governar", reúne artigos publicados sobre temas europeus, económicos e políticos, incluindo 'Os políticos e a Lei de Gresham', segundo a qual "a má moeda expulsa a boa moeda", publicado em 2004, quando Pedro Santana Lopes (PSD) era primeiro-ministro.

[Notícia atualizada às 20h37]

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